Me dei ao luxo de ir ao cinema sessão das 14 :00 hs. Queria ver algo bem leve. Claro que não agüento mais aquelas corridas de carro dos filmes americanos. Todos eles têm uma caçada humana em alta velocidade. Além disso, têm também a agitação constante dos personagens, a pitada ou o prato fundo de violência ( esses não vou de jeito algum) tudo para nos impressionar: “ olha só como esta película tem ação”!
Quem precisa disso morando em um país como o Brasil? É ação o tempo todo. Mas voltando ao “ Miss Simpatia” , o filme é ótimo. Enfoca as diferentes formas da mulher se posicionar na sociedade, fazendo um realce para a mulher fútil, que só pensa em ser bela e a outra, aquela que pensa em trabalho 24 horas por dia.
Aqui no Brasil tem um ditado machista que diz: " mulher só tem duas qualidades, ou é burra de carga ou é boneca de luxo. Imagina-se que tenha surgido na disputa pelas vagas no mercado de trabalho, que é muito intensa. Mesmo assim, pegando o emprego ou não, as mulheres levam desvantagens, já que ganham menos que os homens nas mesmas funções, em sua grande maioria.
Nesse filme mostra a mulher trabalhadora feia, desajeitada e até grotesca em suas maneiras de agir.Durante o enredo,ela aprende a se posicionar, caminhar e comer com educação. Tem um ótimo consultor de beleza que consegue deixá-la linda.
Fiquei pensando, quantas mulheres são realmente feias? O que um banho de loja, trato e cosméticos faz por nossa imagem? Milagres certamente não, mas que melhora 100 % melhora sem dúvida.
O interessante é que as bonitonas e frívolas do roteiro não se transformaram em cultas ou trabalhadoras. Ficaram lá, usufruindo seu brilho. Como geralmente acontece. Nem autores de primeiro mundo querem mudar isso. Preferem perpetuar a imagem da bela que se preocupa se suas unhas estão bem pintadas, ou se vai conseguir cumprir a risca sua agenda de salão de beleza, massagista, ginástica e lojas ( ufa, que cansativo).
E deixa que rolem cabeças. Que tantas questões sociais estejam clamando por atenção, que a preservação da natureza se dane, que algumas músicas idiotas insultem nossos ouvidos, que os animais sejam explorados e maltratados, etc. Esses não são problemas da mulher bonita.
É uma pena. Precisamos da força da mulher, de sua sensibilidade e até de suas garras para mudar esse mundo caótico em que vivemos. Precisamos de pessoas completas, nada de feiosas assustando por aí, nada de burrinhas deixando bocas abertas a sua simples passagem.
Somos poderosas, fortes, inteligentes. Vamos assumir nosso papel social, colocando para fora nossos talentos adormecidos ou não. Enfrentando os preconceitos e a inércia, vamos nos ligar mais em mudanças positivas.
Tem sempre uma ONG perto de nós, uma causa, um bem querer. Integração e otimismo valem a pena. Vamos mudar o ditado. Nem boneca de luxo nem burra de carga: mulher é gente que pensa e que faz.
Veja mais em meu blog: http://entretelaseletras.blogspot.com