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Artigos-->Como pensam os bebês -- 04/05/2001 - 19:26 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um recém-nascido possui capacidades espantosas: ouve melhor que o adulto, reconhece a mãe pelo andar e imita o pai



Por Ingrid Kupczik (DIE WELT online)

Trad.: zé pedro antunes



No início de sua vida, o ser humano é um ser com muitas carências: não sabe andar, comer, falar, praticamente não enxerga e, em matéria de intelecto, é páreo para caramujos de jardim.



É mais ou menos essa a imagem que se tem do fofinho, mas, ainda assim, amplamente inacabado recém-nascido. Pois ela carece de uma correção urgente: Um bebê é a máquina de aprender mais eficiente deste mundo. Os dedinhos trabalham com uma precisão muito mais elevada do que qualquer robô, as orelhas são capazes de apreender um sentido dentre os ruídos no espaço. O cérebro, ininterruptamente, constrói novas conexões - milhões a cada dia. Mal chegado ao mundo, o bebê se serve de um complexo sistema de comunicação inteligente.



É o que constata a pesquisa mais recente, ao contradizer certos mitos, como, por exemplo, o de que os bebês, em seguida ao nascimento, não conseguem enxergar. "Eles são apenas visivelmente míopes e têm grandes dificuldades em mudar o foco entre os objetos próximos e os distantes", explica a professora de psicologia Alison Gopnik, da Universidade da Califórnia, co-autora de um livro técnico bastante considerado sobre o desenvolvimento cognitivo e social nas crianças ("How babies think"; Weidenfeld & Nicolson, London 2000). Gopnik aponta para resultados de pesquisa segundo os quais bebês de algumas semanas conseguem enxergar de forma bastante nítida a uma distância de aproximadamente 30 centímetros, mas não além ou aquem dessa distância. O que faz sentido: A zona de visão clara corresponde à distância do rosto da mãe em relação ao bebê.



Mas os bebês não apenas vêem, eles reconhecem - e imitam, assim que se encontram no mundo. Esta espantosa observação foi feita pelo Professor Dr. Andrew Meltzoff, da Universidade de Washington. Recém-nascidos, com apenas 42 minutos neste mundo, mostravam as línguas para as mães, assim que estas o faziam para eles. Mas de onde sabem os bebês que eles têm uma língua? E que esta, normalmente, se encontra dentro da boca? E que esta imagem se distingue da imagem de uma língua que sai da boca? Visivelmente, supõe Meltzoff, os bebês possuem uma imagem inata de seus corpos, bem como uma percepção sensorial precisa da situação em que se encontram. Por muito tempo, os especialistas afirmaram que o sorriso dos bebês recém-nascidos não passaria de um movimento reflexo.



A idéia de que eles reconhecem as pessoas que lhes estão próximas e de que conseguem se comunicar com elas, foi descartada como manifestação do desejo de mães demasiado ansiosas. Com sua pesquisa, a Profa. Lynne Murray, psicóloga do desenvolvimento, só faz oferecer agora razão a essas mães. Ele observou que os recém-nascidos, já nos minutos seguintes ao nascimento, reconhecem suas mães e se sentem melhor com elas do que com uma pessoa estranha. Em questão de dois minutos, o bebê já aperta o próprio pescoço com a finalidade de melhor estudar o rosto materno. No primeiro quarto de hora de sua vida, o bebê testa também o rosto do pai e, ativamente, passa a imitar-lhe a mímica.

Ainda na primeira meia-hora de vida, a criança consegue diferenciar, das fisionomias, as reproduções abstratas - ela destaca, com reconhecimento, a imagem que é mais semelhante ao rosto humano: É para essa imagem que ela tornar sempre a dirigir o seu olhar, e nela o seu olhar permanece por mais tempo, como expressivamente o descreve a Professora Murray em seu livro ("The Social Baby", Children s Project). Já bebês de poucas semanas reconhecem o padrão típico de movimento de suas mães. Foi o que mostrou um experimento, no qual pessoas munidas de diodos luminosos nas articulações dos membros tiveram os seus movimentos filmados. Nas tomadas cinematográficas, apenas os vestígios luminosos são visíveis. Resultado da tele-visão dos bebês: Os bebês envolvidos no teste se detinham por mais tempo nos estudos dos movimentos das pessoas que lhes eram familiares - de preferência, suas respectivas mães.



A consciência humana começa já, como se sabe, muito tempo antes da data do nascimento. Estudos comprovam que o bebê, antes de nascer, já é capaz de ouvir, tem olfato, paladar e sentimentos. A audição começa a funcionar, supõe-se, na 16a. semana de gravidez. No útero, impera um barulho considerável: o impacto e o eco das batidas cardíacas, da circulação sangüínea e dos ruídos digestivos alcança de 80 a 95 decibéis. Isso corresponde a cortadores de grama com motor a gasolina. Mesmo de fora, há ruídos que atingem os ouvidos do feto. Jovens grávidas podem atestar o fato de que sons desagradáveis, como por exemplo os de um concerto de rock pesado, são acusados pelo rebento com patadas enérgicas contra a parede da barriga. Mozart, ao contrário, apazigúa o ambiente dentro do útero de maneira sensível - e continua a fazê-lo, sabidamente, também depois do nascimento.



Pesquisadores britânicos submeteram dez mulheres na vigésima semana de gravidez a audições de música folk, deixando outras cinco mulheres imersas em silêncio. Depois do nascimento, todos os bebês foram expostos às mesmas melodias. Sobre os bebês que nasceram das mães expostas à música folk, esta produziu um efeito tranquilizador e relaxante. Nos outros, este efeito não se fez observar.



O feto, disso estão convictos os neuro-biólogos, já consegue sentir cheiro no ventre materno - mesmo cercado por líquido. Os cheiros são comprovadamente absorvidos, tal como ocorre com os peixes, pelos tecidos do nariz. Com isso, já o paladar vai sendo marcado, como o demonstraram há não muito tempo os pesquisadores franceses (Chemical Senses, vol. 25, p. 729). Bebês, cujas mães degustaram regularmente anis durante a gravidez, uma vez nascidos se sentiam atraídos por esse cheiro. Os recém-nascidos do grupo não exposto a esse cheiro, recusaram-no ou não tomaram conhecimento dele. O chefe da equipe dessa equipe francesa, Benoit Schaal, supõe que também a predileção da mãe por alguma substância que cria dependência é transmitida ao feto.



OUVIDO ABSOLUTO



Todos os bebês possuem, a partir do nascimento, o chamado ouvido absoluto, aquela capacidade que caracteriza compositores geniais como Mozart, Haydn ou Schönberg. Este é o resultado de um estudo recente na Universidade de Wisconsin-Madison. Pessoas com a audição perfeita (ou: ouvido absoluto) conseguem, uma vez estimuladas, reconhecer a altura de um tom, sem a necessidade de um tom comparativo.



Em experimentos de audição, Jenny Saffrin, que chefia a equipe de pesquisa, constatou que bebês de um ano, ao contrário dos adultos igualmente testados, possuíam uma memória excelente para tons isolados, mas não para os tons dentro de intervalos.



Esta capacidade ajudaria as crianças a se localizarem no universo sonoro. Com o avanço da idade, ela se atrofia. Crianças que aprendem cedo um instrumento musical costumam conservar este dom com mais freqüência.



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