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Artigos-->Viva o Forum Social Mundial -- 30/01/2003 - 18:25 (Christian Piva Franzen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro Diego,



Permita-me ir por partes nesta crítica que lhe encaminho:



1 - "...basta ligar a tevê, o rádio e abrir os jornais para ver belas

repórteres e eficientes jornalistas da imprensa local se refestelando para

fazer o que lhes mandam os patrões: falar bem do Fórum Social Mundial..."



Apenas a TVE deu cobertura ampla ao FSM. Os outros veículos ou não

cobriram ou cobriram apenas o que interessava.



2 - "...receituário comunista são as estrelas."



O que exatamente o senhor tem contra o comunismo? Poderia ser

específico?



3 - "Se Cuba e Venezuela são os modelos ambicionados como solução para

suas nações pela maioria dos participantes do Fórum, dane-se a semana de

fartura da economia local."



Cuba optou por ser independente dos EUA e paga o preço por não ter

dobrado a espinha. Infelizmente nem todos tem coragem. O senhor deveria

olhar não para os problemas de Cuba, mas para os problemas do Brasil, que,

situação espero ver transformada com o governo Lula, ainda reza a cartilha

da obediência ao capital em detrimento da vida.



A Venezuela se negou a dar o petróleo que daria ao Tio Sam mais

tranqüilidade para sua guerrinha particular com o Iraque e com a Coréia do

Norte. Aliás, se o senhor tivesse ido ao FSM, poderia ter acompanhado

manifestações como a de japoneses e sul-coreanos contra a guerra. Isto é o

FSM, um lugar de ideias, novas ou antigas, mas ideias, que dão origem a

palavras que mudam atitudes conservadoras e míopes.



4 - "Na década de 30, a pujante e crescente Alemanha de Hitler..."



Talvez o senhor não saiba, mas apenas dez anos antes, nesta mesma

Alemanha, queimava-se dinheiro pois a lenha comprada com ele não aquecia

tanto. Os países ganhadores da primeira guerra impuseram grandes penas a

Alemanha, esmagando o povo, que viu na guerra o reaquecimento de sua

economia, assim como faz hoje em dia Bush com seus cães.



5 - "...o arruaceiro José Bové..."



Qual arruaceiro? Aquele que destruiu transgênicos da Monsanto? É,

deve ser o mesmo. Talvez o senhor ache esta leitura interessante:





24/01/2003 . 17:30 B05



Agricultor canadense processado pela Monsanto luta contra empresa Daniela

Nunes Stefano



Após mais de 50 anos cultivando sementes de canola, o agricultor

canadense

Percy Schmeiser, de 71 anos, teve suas terras contaminadas por espécies

transgênicas e ainda foi surpreendido com um processo da multinacional

Monsanto, em 1998. Em seu testemunho, na tarde desta sexta-feira, na PUC,

durante o Fórum Social Mundial, Schmeiser falou das atrocidades cometidas

pela Monsanto em seu país. As sementes foram parar em sua plantação

carregadas pelo vento ou trazidas por pássaros a partir das propriedades

de seus vizinhos, que as utilizaram em 1996. Para a transnacional, isso

não importa. "Os 50 anos de trabalho meu e de minha família viraram

propriedade da Monsanto. Não importa se há um, dois ou mesmo zero

porcento, se houver uma possibilidade da semente chegar a sua terra, eles

irão te processar", conta. Os agricultores canadenses passaram a cultivar

sementes transgênicas em 1996. Sem saber o que isso significava,

acreditaram nas palavras da transnacional e o resultado não é nada

animador. Antes de utilizarem sementes geneticamente modificadas, o maior

problema dos agricultores tradicionais era a contaminação do solo e da

água por agrotóxicos. Para vender a semente, a Monsanto disse que os

agricultores usariam menos agrotóxicos. Após três anos, no entanto, as

sementes de canola e soja tornaram-se super sementes, resistentes aos

químicos e precisando de cinco vezes mais agrotóxicos para ser possível a

produção. Além disso, os agricultores não conseguem

mais exportar para a União Européia, que não aceita transgênicos. Os

preços caíram pela metade e a colheita tem menor qualidade. Todos os

direitos dos produtores são cobrados pela Monsanto. De acordo com

Schmeiser, o contrato com os agricultores que utilizam as sementes os

proíbem de qualquer ação contra a empresa; ficam reféns da transnacional,

que exige, em uma das cláusulas contratuais, que as sementes sejam

compradas apenas da Monsanto. Também está no contrato que, caso as

sementes não forem boas, o agricultor não pode divulgar que está

processando a empresa. Schmeiser atentou para o fato de que, existindo uma

plantação de transgênicos, mesmo que instalada para experimentos, é

impossível conter o avanço desta para outras plantações. "As sementes

geneticamente modificadas são dominantes entre as plantadas de forma

orgânica ou tradicional, não há como destruí-las", disse. No Canadá, os

produtores orgânicos foram os mais prejudicados. O caso de Schmeiser está,

neste momento, na Corte Suprema do Canadá e espera um resultado para

abril. Porém, houve alguns avanços na luta contra os transgênicos naquele

país, como no final do ano passado, quando a Corte Suprema decidiu que

formas superiores de vida (o que inclui sementes e plantas) não podem ser

patenteadas. De qualquer modo, os prejuízos deixam marcas profundas na

agricultura familiar. "Perdemos nossa biodiversidade, não temos mais a

semente pura. Enquanto estivermos vivos, eu e minha esposa lutaremos

contra a Monsanto", finalizou Schmeiser.



6 - "velha e bolorenta cartilha comunista, onde odiar a liberdade

econômica é regra e sonhar com ditaduras "populares" é a meta de uma vida

inteira."



Brasil. 1964. Para ser mais preciso, costa brasileira, na véspera

do golpe militar. O que há de interessante lá? Navios de guerra

americanos, dedicados a garantir a "revolução" que nos levou a 30 anos de

repressão, assassinatos do Estado e endividamento. Revolução esta que

falhou em 1961 graças a Leonel de Moura Brizola, à Brigada Militar, ao

Terceiro Exército e ao povo Gaúcho, o mesmo que há três anos acolhe o

Fórum Mundial Social. Será que este povo busca ditaduras como sua retórica

vazia prega? Ou será que luta para que um outro mundo, além de possível,

seja fato?



7 - "Olívio Dutra, que cortou o belo programa de distribuição de leite

para milhares de crianças famintas no tempo em que governou o RS e

expulsou fábricas que poderiam gerar milhares de empregos para sempre..."



A Ford não foi expulsa pelo então governador Olívio Dutra. Ela foi

convidada a renegociar as condições juntamente com a GM, que sentou-se a

mesa e aceitou algumas mudanças que favoreceram o Estado do Rio Grande do

Sul. A Ford preferiu, muito antes de dar como encerradas as negociações

com o RS, fazer um acordo com o governo federal para montar uma fábrica

altamente automatizada que não gera tantos empregos assim e que foi paga

inteiramente com dinheiro público desde as obras até o "financiamento".



O RS criou programas de qualificação profissional, do primeiro

emprego, de financiamento a micro e pequena empresa, entre outros, que

geraram muito mais emprego e renda do que a Ford, que tão logo viu sua

fábrica funcionando em solo baiano, desativou suas instalações em São

Paulo. Desativou por que estava terminando o prazo de isenção fiscal que

eles tinham lá e que conseguiram de novo na Bahia.



O governo federal trapaceou o RS nesta questão e só pessoas

despolitizadas não prestam atenção aos fatos antes de proferirem tais

disparates.



8 - "E este pessoal faz discursos defendendo o combate à fome. Assim, não

seria de surpreender se Fernando Collor aparecesse para discursar sobre

meios de combater a corrupção."



"Eu te verei Rigotto, com mais respeito do que a um amigo. Eu te

verei como o Governador Eleito do RGS e não faltará apoio do governo

federal ao RGS...



Lula, em encontro com Germano Rigotto, atual governador do RGS, que

derrotou o candidato petista nas últimas eleições.



9 - Por favor, acabe com o SEU discurso panfletário, fundamente suas

opiniões "se é que existem" em fatos.



Atenciosamente,

Christian Piva Franzen















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