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 | Artigos-->Comida Posta No Chão -- 02/02/2003 - 08:29 (KaKá Ueno)  | 
	
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"Comida Posta No Chão"
  KaKá Ueno...02 02 03.
 
 
 
 
  E feito ração...
  A cria come a lavagem, 
  enquanto o pai chora por não poder oferecer mais nada.
  E eu, morro de vergonha por não fazer algo!
  Na panela que se compõe...
  E a mesa posta no chão...
  Sentados todos agradecem...
  Louvado seja o feijão.
  O caldo barrento da água que faz volume...
  O caboclo esquecido de pele achocolatado...
  No rosto há duvida do entrevistado...
  Depois todos se vão para suas cidades.
 
 
  Quando partirem dali levaram...
  O mundo dos excluídos, na mente e no coração...
  Dirão por piedade,
  mostraram a sociedade...
  Que há um país bem dentro da nossa cidade.
 
 
  E todos em casa...
  perante às tvs, perplexos assistiram.
  Como será que tão poucos podem ter tantos.
  Minha TV queimou, o liqüidificador parou...
  O filho que quer mesada senão briga com você...
  Alguns, nem comida tem e o que eu devo fazer?
 
 
  Se esta visão dói o coração?
  Dói por alguns dias, 
  dali por diante, nada não será feito não!.
  O caboclo come a terra que pisa...
  Houve às conversas fidas...
  O homem simples que acredita na palavra...
  Só que ela nunca chega como fora prometida...
  Mal ele sabe que o homem da cidade não tem palavra.
  Mas isso, ele já desconfiava.
 
 
  O que ele não sabe, é que:
  estas pessoas não sabem sequê administrarem seus problemas...
  Os mesmos que eles criaram.
  E no meio da injustiça, ninguém sabe fazer nada.
  A miséria serve apenas para comercializar...
 
 
  Há se aquele homem simples soubesse...
  O quanto sua vida e necessidade é exposta...
  O quanto sua aparência é explorada...
  No quadro da miséria...
  E se ele soubesse que nas grandes cidades, 
  também há vida parecida com a dele.
 
 
  Mas...
  A sociedade continua vendo e ouvindo...
  E se ele soubesse que bem ao seu lado, 
  também há malditos ricos.
  O dinheiro dele não me incomoda não...
  E sim, a falta de divisão...
  Com que o seu coração dorme tranqüilo...
  E se alguém tomar uma decisão?
  Fique certo que, de lá ninguém voltará vivo.
  Pois os assassinos são sempre bem alimentado...
 
 
  Nos céus dos estados unidos voam pedaços...
  De gente e de bilhões...
  Projetos sofisticados...
  E fique certo ô homem humilde...
  Que tu, não estas sozinho não...
  Só nas tuas noites de fome sem dormir.
 
 
  Minhas palavras e a minha dor,
  certamente não servem para alimentar-te...
  Nem a ti, nem a tua família...
  Sinto-me envergonhada por poder sentar,
  escrever diante de um computador...
  enquanto tu, não tens o que comer.
 
 
  Meu filho e eu, vimos tua trajetória...
  Ainda estas no mesmo lugar...
  Contando a mesma historia.
  Os restos do que sobrou desta mistura...
  Foram deixados na securidão...
  Vivos para serem enterrados pedindo por socorro.
 
 
  À igreja deseja que tenhas mais filhos miseráveis para virarem,
  Na miséria da desgraça, 
  e do seio onde bate de frente com o perdão.
  Agora mais do que nunca,
  é hora de fincar forte o poder da palavra...
  E não deixar esquecer a fome escorrer lá no Norte.    
 
 
  Qualquer deslize ou esquecimento...
  Caíra no passado de muita gente.
  Assim como os criminosos...
  Os bandidos:
  Fernando BeiraMar...
  E tantos outros, que ainda estão por ai.
  Desde a posse do presidente que ninguém ouviu falar...
  Será que os anjinhos ficaram bonzinho?
  Será que eles ainda estão lá?
  É assim que aqui tudo termina.
 
 
  KaKá Ueno...02 02 03.  |  
 
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