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Artigos-->Artigo para NÃO ler Off-Line -- 07/05/2001 - 08:25 (Bruno Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje iniciei uma jornada ao desconhecido, que persistia em minha mente como uma idéia fixa. Resolvi que iria escrever algo complexo e sem utilidade alguma, e que seria um tratado sobre as facilidades da máquina de escrever embutida no software de cada computador pessoal. Hoje em dia, já não é preciso reconstruir uma página inteira após constatar um mísero erro de ortografia. Eu, simplesmente não consigo conceber a idéia de escrever diretamente em folhas brancas de papel chamex, pois, reconheço que jamais usaria os artifícios da literatura para expressar-me. Teria inventado o cinema novo, cheio de metáforas, entupido de simbolismos, e entoado a máxima de uma câmera na cabeça e uma idéia na mão. Mas que redundância eu poderia obter ao constatar uma idéia comcebida espalhada na folha de papel e repetida várias vezes em diferentes formas. Reconheço que teria material de sobra para reciclagem, e tão logo e repetidas vezes, que poderia replantar uma mata Atlântica por inteiro. Confesso que não tardaria a desistir de tudo e virar motorista de táxi, chofer de caminhão, ou condutor de ônibus, e se não me tornasse em piloto de Fórmula Um, seria mais por falta de coragem do que perícia.



Sei muitas vezes que descobri-me contemplando uma tela vazia de um monitor de doze polegadas, pois iniciei meu projeto de vida num quatro oito meia, com formato em rico texto, e ainda usava o gerenciador de arquivo e a velha tela em DOS, mas que sempre usava os jogos de paciência, lemmings, pac-men, campos minados, princes, e copas que encontrava. Pois, naquela época sentia um profundo despreso pelas máquinas que mudavam a cada ano, com o advento da tecnologia, por que fora obrigado a freqüentar cursos de computação, que ensinavam sistemas de análise dos sistemas em cobol, print, point, e page, e que sempre ao serem dominados pelo intelecto, já estariam ultrapassados por completo. Ainda que naqueles dias fossem imprecindíveis os tais cursos, por serem pré-requisitos para altos escalões das empresas multi-nacionais e conglomerações governamentais do mercado de trabalho. Pois, se bem me lembro, nunca quis ser parte de nada disso, queria ser mais um free-lancer morto de fome e sem onde cair morto.



Pois, hoje quando vejo aquela velha e podre máquina de escrever, na qual aprendi datilografia, me recordo dos velhos tempos de tortura no desempenho da escrita na velha folha de papel. Hoje vejo as maravilhas da tecnologia como verdadeiras maravilhas, e não como estorvos já ultrapassados ao serem adquiridos após de meses de prestações, através do crédito pessoal para informática. Pois, se hoje esqueço uma vírgula, algum acento, ou se não soletrei perfeitamente outra palavra, corrigo-a posteriormente, na hora de sua edição, e mais se deixo desapercebido e oculto algum erro de português, excluo-o, corrigo-o, edito-o e vários outros ‘os’ que quiser. Pois, se mesmo quisesse alterar por completo um mesmo texto, poderia-o partindo de uma única frase, e repetindo-a quantas vezes quisesse, copiando-a, colando-a, e recortando-a pelo texto inteiro. Pois, se o quisesse, poderia alterar, toda a fonte de todo meu alfabeto, afastando, diminuindo, inclinando, sublinhando, sombreando, pintando, e principalmente, tornando-o ilegível on-line.

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