A Rede Globo, que sempre foi reconhecida pelo PT como o melhor veículo de convencimento da população em favor dos expeculadores do país, começou ontem a prestar o grande serviço também ao governo petista na privatização previdenciária, que tanto agrada aos grandes investidores. Como não podia deixar de ser, os servidores públicos foram os principais acusados.
“O Jornal Nacional vai apresentar, nesta semana, uma série de reportagens especiais sobre a Previdência Social brasileira. Com números oficiais, você vai ver por que as contas não fecham. Como o tratamento desigual de trabalhadores comuns e servidores públicos agrava imensamente o problema. E o resultado prático dessa injustiça: se isso não mudar, a aposentadoria de todos os brasileiros estará ameaçada. Um problema que não afeta somente a economia - mas toda a sociedade. (Jornal Nacional, 10/02/2003).
Vejamos se há alguma injustiça:
O Boner exemplificou: “Gente que trabalhou hoje, nesta segunda-feira, como Luzia, metalúrgica, paulista, 35 anos - a idade média do trabalhador brasileiro. Ela ganha R$ 500 por mês - o salário-médio do empregado que tem carteira assinada. Desconta quase 10% para a Previdência. E se mantiver essa média, terá direito a uma aposentadoria de R$ 400; R$ 100 a menos do que o salário atual.”
Mas o mesmo Boner não apresentou o outro exemplo: Um funcionário público que “ganha R$500 por mês” pode aposentar-se com R$500, mas não paga só “quase 10%”, e sim “11%”.
É injustiça quem paga mais receber mais? Injustiça seria se esse servidor que paga mais viesse a se aposentar com o valor daquela que paga menos.
E, por que o chamado "tratamento desigual" seria tão grave, se para receber mais estamos pagando mais? Fazer justiça para eles seria nós pagarmos mais e recebermos menos? Porque virmos a pagar menos implica menos arrecadação para o Estado também. A duvidosa equação pode ser estudada também em REFORMA PREVIDENCIÁRIA - A INSEGURANÇA DO SEGURADO.