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Artigos-->Quando a política se mistura ao futebol -- 14/02/2003 - 01:12 (Fernando Jasper) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É lógico que seria uma tremenda ingenuidade pensar que eles, a política e o futebol, não iriam se misturar algum dia. E que, a partir daí, a política não iria fazer do futebol o que bem entendesse, já que os resultados da mistura costumam se mostrar favoráveis a quem ela convém.





Eurico Miranda, segundo ele mesmo “deputado federal pelo Vasco da Gama”, sabe muito bem disso. Foi eleito graças à sua ativa participação no clube carioca, e sua autodenominação não deixa de ser verdadeira.





Claro que também existem os ingênuos. Giovani Gionédis se candidatou à presidência do Coritiba pensando que assim facilitaria sua vida na candidatura ao governo do Paraná. Está ocupando as últimas posições nas pesquisas, quadro que provavelmente não mudará na contabilização dos votos, em outubro.





Mesmo assim, é difícil não se revoltar a cada vez que um político, ingênuo ou não, resolve se utilizar do futebol para tentar usufruir de seus benefícios. Isso aconteceu na última semana, nos episódios que permearam o amistoso entre Brasil e Paraguai.





Já estava acertado entre os amigos de infância Tasso Jereissati, candidato ao Senado pelo Ceará, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que a primeira partida da Seleção após o pentacampeonato seria realizado em Fortaleza.





Não importava se as reformas no estádio Castelão ainda estavam “quase concluídas” – como estavam em março, na época de Brasil x Iugoslávia, realizado lá mesmo. Importante mesmo era usar o jogo para promover Tasso e, por que não, Ciro Gomes, seu apoiado nas eleições presidenciais.





Ricardo Teixeira é mestre neste tipo de promoção. Só para utilizar um exemplo relativamente recente, o campo do estádio do Pinheirão foi utilizado pela Seleção para treinamento nas vésperas de Brasil x Chile, pelas eliminatórias da Copa 2002. O gramado continuava esburacado como sempre e, em torno dele, as arquibancadas passavam por uma reforma que até agora não foi concluída.





Também não importava. Teixeira tinha que agradar um de seus maiores defensores, Onaireves Moura, presidente da Federação Paranaense de Futebol – proprietária do Pinheirão – e, agora, candidato a deputado federal.





No jogo Brasil x Venezuela, pela última rodada das eliminatórias, não foi diferente. O estádio de São Luís não tinha tais problemas, mas a intenção era, claramente, agradar Roseana e outros tantos Sarney. Que sempre deram “aquela” força para Teixeira quando ele se viu em apuros nas CPI’s do futebol.





Não faltaram no placar eletrônico do estádio slogans como “Maranhão pé-quente, Roseana presidente”. O Maranhão foi pé-quente? Talvez. O Brasil venceu, foi para a Copa e o final da história todos conhecem.





O único problema é que Roseana não levou tanta sorte assim. Enlameada demais para eleições tão vigiadas quanto esta, teve que desistir da candidatura no meio do caminho.





A sorte de Ciro Gomes ninguém sabe, mas ele não deu muita para a Seleção, que perdeu para o Paraguai na suposta despedida de Luís Felipe Scolari.





Tudo bem. O marketing já estava feito. Cafu, Roberto Carlos e Kaká o homenagearam. Kaká, da camisa número 23, entregou-a para Ciro – aquele mesmo que usa o número 23 na campanha. Os três haviam repudiado o uso político da Seleção na véspera. Mas tiveram que participar do ato do mesmo jeito. Forças ocultas, talvez. Para Kaká, a “coincidência” do número 23 não era mais que coincidência.





Cafu disse que eles eram apenas “jogadores de futebol”. Será que isso significa que “não são pagos para pensar”? Que não são pagos para ter uma postura minimamente crítica? Aposto que qualquer pessoa que, assim como eles, não pôde estudar tanto quanto gostaria, entendeu qual era o objetivo de tal homenagem.





Mas o estrago já estava feito. A política, mais uma vez, já havia usado e abusado do futebol e de seus ingênuos profissionais. Uso facilitado no Brasil pentacampeão. O país do futebol, e por que não, da corrupção, do abuso do poder, dos favores...





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