Usina de Letras
Usina de Letras
21 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63224 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10678)
Erótico (13592)
Frases (51740)
Humor (20177)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4944)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141306)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A laranja mecânica -- 14/02/2003 - 01:29 (Fernando Jasper) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A laranja mecânica foi lançado três anos depois de 1968. Também se passa numa sociedade futurista, mas desta vez se limita ao planeta Terra. E não se preocupa em mostrar tecnologia, e sim em fazer uma análise sociológica. Análise de uma sociedade que tende a ser permissiva, mas que reprime duramente seus infratores. Sociedade eternamente iludida, que acha que vai melhorar limitando ao máximo a possibilidade de escolha do indivíduo. O que tudo isso lembra? A sociedade atual. A sociedade de todos os tempos, devidamente adaptada a cada época.



Talvez por isso tenha chocado e desestabilizado tanto os espectadores da época de seu lançamento – o que também ocorre hoje, embora com intensidade menor. A sociedade não suporta identificar-se com o que vê na tela. A mesma sociedade muito bem representada pelos familiares do ex-preso ao receberem sua indesejável visita na volta do tratamento. Ninguém quer um desajustado. E, afinal, ele merece seu troco.



Quando líder dos adeptos da ultra-violência é preso, inicia-se seu processo de recuperação. Ou melhor, de limitação psicológica, de lavagem cerebral. O indivíduo não é recuperado a ponto de saber que o que faz é “ruim”, e sim instruído à força para não fazer “o mal” porque, quando tenta, as reações desagradáveis de seu próprio corpo o inibem. Ou seja, o indivíduo perde a liberdade de escolha. Como no atual sistema penal: a suposta recuperação se dá quando o indivíduo toma consciência de que não deve fazer o mal porque voltar para a prisão é desagradável.



Nada melhor para ilustrar os abusos do sexo do que a cenografia predominantemente fálica. Tudo no filme tende a ser fálico. Vários enquadramentos reúnem objetos a princípio inocentes que, unidos, formam um conjunto que remete ao sexo. Apesar da sociedade ser futurista, a cenografia é, além de fálica, típica dos anos 70. As cores, as formas, tudo de uma certa forma lembra tal década.



A exemplo de 2001, a trilha sonora é composta de músicas clássicas. Sai Strauss, entra Beethoven, o favorito do “garoto delinqüente”. Para ele, a trilha ideal para agredir, matar, estuprar. E, para a sua desgraça, a mesma trilha utilizada em seu tratamento, que o ensina a rejeitar as cenas de violência a que sua visão é forçosamente submetida. As imagens minuciosamente rodadas e rodadas e rodadas até que estejam satisfatórias, a técnica apuradíssima, o elenco cuidadosamente selecionado, os closes nas expressões dos personagens, todo o Kubrick se mostra neste filme. E os flagrantes erros de continuidade? Não ocorrem facilmente nos outros filmes do diretor. Mas aqui, e nos outros (se existem), são deliberados. Propositais.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui