Os deuses não desapareceram da face da terra. Foram reduzidos, mas ainda causam muitos problemas para a humanidade.
Os antigos gregos ouviam as vozes dos deuses quando gritavam em determinados locais.
No antigo Egito, o Rio Nilo todo ano transbordava pelas planícies com as lágrimas de Ísis (a Lua), a deusa que chorava por Osíris (O Sol).
Na Idade Média, os demônios lançavam chamas do inferno pelas cavidades que se abriam em algumas montanhas da Itália e outros lugares.
Muitas pessoas ficavam loucas por possessão demoníaca, algumas vezes sendo jogadas nas fogueiras para os demônios serem expulsos.
Hoje, os fenômenos acima continuam existindo, mas com outros significados: sabemos que o que ouvimos ao gritar são ecos nas nossas próprias vozes; as enchentes do Nilo no Egito decorrem das chuvas em sua cabeceira; as chamas que sobem das montanhas são magma pastoso expelido nos vulcões devido à pressão interna da Terra; os loucos são pessoas com distúrbios cerebrais; mas os deuses não desapareceram. Continuam a se manifestar nas mentes religiosas.
“No século 18, a invenção do pára-raios, por Benjamin Franklin, foi condenada pela Igreja como invenção do diabo. Sendo o raio expressão da cólera do Senhor, só podia ser tentação do demo impedir que o castigo divino caísse sobre o mundo. Na França, a "excomunhão" foi levada a sério: em Saint-Omer, Vissery de Bois foi processado por heresia, por instalar um pára-raios em sua casa”. (AlmanaqueZAZ).
Ainda em nossos dias: “Muito do que as pessoas fazem é em nome de Deus. Irlandeses explodem uns aos outros em nome de Deus. Árabes explodem-se a si mesmos em seu nome. Imames e aiatolás oprimem mulheres em seu nome. Papas e padres celibatários interferem na vida sexual das pessoas em seu nome. Judeus shohets cortam a garganta de animais em seu nome. As conquistas históricas da religião – cruzadas sangrentas, inquisições torturantes, conquistadores genocidas, missionários destruidores de culturas e toda resistência possível contra o progresso científico – são ainda mais impressionantes. E qual é a parte positiva? Fica cada vez mais evidente que a resposta é “absolutamente nenhuma”. Não há motivos para acreditar na existência de quaisquer tipos de deuses, mas razões bastante boas para concluir que não existem e nunca existiram. Tudo foi apenas um gigantesco desperdício de tempo e vidas. Uma verdadeira piada de proporções cósmicas, se não fosse tão trágico” (Richard Dawkins, A Improbabilidade de Deus).
Ainda que reduzidos a um na maior parte do mundo, os deuses ainda provocam muito temor.