Usina de Letras
Usina de Letras
21 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63470 )
Cartas ( 21356)
Contos (13307)
Cordel (10364)
Crônicas (22586)
Discursos (3250)
Ensaios - (10766)
Erótico (13602)
Frases (51970)
Humor (20212)
Infantil (5646)
Infanto Juvenil (5003)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141392)
Redação (3379)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2444)
Textos Jurídicos (1975)
Textos Religiosos/Sermões (6392)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Ignorância Essencial -- 22/02/2003 - 21:54 (José Ricardo Camargo Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


em Cáceres - Mato Grosso





Por necessidade de estar e ser, fui conhecer a convite de suas "autoridades" esta cidade do Estado de Mato Grosso.

Seu primeiro impacto em minha mente era de uma cidade mediana em todos os aspectos,mas o calor era simplesmente insuportável para a estação do inverno - 38ºc a sombra.

Fui recebido com muita euforia pelos conhecidos que lá moravam e pelas "autoridades" que quase de imediato já se aglomeraram ao meu redor,como se fosse eu o melhor que tinham conhecido até aquela data.Achei que fosse pelo meu Curriculum Vitae que bem sei é vasto e com boas especializações e formações,mas achei estranha estas atitudes.

Mas como festa é festa,não me embriaguei com tamanhos elogios e pompas.Observei o andar da carruagem,pois esmola demais o santo sempre vai levar ferro.

Prometeram tantos fundos quando mundos estranhos, com leis que saiam do papel do dia para a noite,decretos que seriam criados para poder usar de meus préstimos profissionais e pessoais;até mulheres quiseram me arrumar...elas não eram do tipo físico e mental que sempre quiz,e declinei educadamente.

Mas como era muita esmola a oferecerem,fiz apenas uma exigência clara e objetiva:..."qualquer coisa que me oferecerem tem de ser legal,honesta e moralmente certa..." no que houve um silêncio mortal, como se tivesse eu ofendido a todos com uma frase de efeito (honestidade é bom senso em qualquer lugar, penso eu sempre), antes de tudo.

Realmente eu ofendi os presentes quando proferi

estas simples,mas significantes palavras de meu vocabulário corrente.

"Eles" em sentido estrito não pensam desta maneira.

Passaram então uns poucos,vindos dos mais variados rincões dete país, a me explicar que todas as ações eram para "...colaborar com a boa administração da prefeitura..." e outros fatos esquisitos.

A proposta mais honesta ou perto disto que me ofereceram foi para ministrar aulas de Ginecologia e Obstetrícia no principal Hospital local,também meio esquisito tanto os comportamentos quanto o fato de não poder falar e menos ainda informar aos alunos.

Estava eu lá para que então?

Descobri com muita sofreguidão que era apenas para fazer figura de faz de conta.

Não me dei por vencido e fiz a que fui contratado:LECIONEI com todas as minhas forças; e em consequ~encia disto,fui demitido.

Não podia lecionar e menos ainda informar as verdades sobre saúde e temas relacionados a ela.

Resolvi então,dada a situação de total desrespeito as leis estabelecidas,voltar à minha casa no interior de São Paulo, onde sei que minha palavra tem o valor devido.

Quase que me impediram (fisicamente falando)de sair daquela cidade,com proposta desta vez para Coordenar um programa de saúde oficial,do governo federal - PASCAR,PACS e PSF.

Como era do governo federal,a lógica me fez refletir e aceitar com reservas a oferta feita,com minha intuição me dizendo: CUIDADO!

No dia da posse do cargo,após longos quinze dias de espera sem fazer absolutamente nada em especial,fui ao trabalho qual não tinha uma mesa sequer para iniciar minhas atividades,menos ainda informações sobre os procedimentos epidemiológicos realizados até aquela data.

Fui até a Vigilância Epidemiológica,controlada pela prefeitura,como todos os departamentos municipais,estaduais e federais que lá estão,pois se assim não for,pode-se acordar comendo algumas formigas não muito saborosas,até porque não se terá mais paladar, e solicitei os dados epidemiológicos dos últimos anos e os mais atuais que obrigatoriamente deveriam ter,mas não os tinham,ou esconderam estes dados.

Não tive acesso a computadores livres do controle oficial e nenhum dado foi fornecido.

Reclamei junto ao secretário de saúde, que prontamente me afirmou:"...aqui em Cáceres é assim mesmo..." e os dados que precisava?Eram aqueles que "eles" "fazem" como verdadeiros, conforme as necessidades de verbas federais e estaduais,mediante relatórios "montados" e devidamente assinados por "autoridades no assunto" que la´compareciam quando o ar condicionado de suas casas estavam já cansados.

Como insisti em obter estes dados para fazer um trabalho sério,e sério "eles" não queriam,fui convidado com muita sutileza(arma de fogo em punho) a me retirar da cidade.

Nos quinze dias ociosos que lá estive,visitei as periferias e escolas, onde as merendas são apenas um pão "bem" amanhecido com um chocolate que no esgoto os ratos rejeitariam,dado o estado de coisas que estavam,isto posto quando me ofereciam um verdadeiro banquete com todas as guloseims possíveis, que ofereci aos verdadeiros donos do lanche para visitantes,com pleno conhecimento das "autoridades" locais.

Há muita gente honesta e disposta a mudar este estado de coisas,mas são poucos os que tem coragem para tentar,principalmente quando pensam em suas famílias.

É um povo sofrido,conduzido por "autoridades" muito sutís no trato da coisa pública ($),principalmente quando é no bolso deles.

Adoeci de ver tanta miséria em terra tão fertil.

Eles não compreenderam e não querem compreender.

Gostaria de ver estas "autoridades" contestarem minhas afirmações,pois assim poderia leva-los aos tribunais e mostrar o quanto delapidam seu povo sofrido para poderem voar diariamente a Cuiabá - MT, às custas do dinheiro público.

Não recebi nada pelo que trabalhei e vi com olhos de impotência uma miséria que não precisava existir.

Oh!Povo de Cáceres MT - vocês têm as "autoridades" que merecem ou não?

Espero que um dia estas "autoridades" possam sentir o gosto da probidade em suas entranhas,como posso dizer que sinto,desde que nasci.









































































































































Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui