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Artigos-->NADA DE NOVO NO FRONT DIPLOMÁTICO -- 02/03/2003 - 23:59 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Embora em nossa terra se dance, pule, beba, pratique desarrazoadamente o sexo e esqueça do mundo, este está prestes a pegar fogo. E pegando fogo em lugares distantes sou capaz de garantir a todos que também nós nos queimaremos. Apesar de nosso país sempre ficar um pouco distante dos conflitos mundiais, desta vez será impossível porque vivemos numa era globalizada. O inimigo que nunca foi inimigo terá rosto. O inimigo que nunca foi inimigo enviará mensagens. Ouviremos a metralha nas proximidades de sua casa. Veremos até mesmo ele ser executado!



No primeiro conflito mundial (1914/1918) a forma moderna de se fazer a guerra ainda estava na idade da pedra. E já era bem moderna. Havia os aviões teco-tecos despejando algumas bombas e metralhando as trincheiras. Se o avião fosse atingido, o piloto fazia o sinal da cruz e ia direto para o outro lado de botina e tudo porque não havia paraquedas. Aquela guerra foi feita, segundo se dizia na época, "para acabar com todas as guerras". O que se viu foram infernos indeléveis na mente do novo ser humano. Exércitos inteiros permaneceram como tatus, sob a terra rasgada por trincheiras quilométricas. Foi nesta época que um soldado alemão, Erich Maria Remarque, a tudo observava e encarava com outros olhos, não românticos, conforme largamente se propalavam os políticos e artistas teatrais no seio do povo. Remarque muitos e muitos anos após escreveu o livro que estourou como um morteiro em meio a sociedade chauvinista européia: NADA DE NOVO NO FRONT.



Copio a seguir um texto de contracapa daquele livro: "combatido e negado por aqueles que viam nas guerras apenas o relato de fatos românticos e atos heróicos, o romance de Erich Maria Remarque denunciou a crueldade e a estupidez da I Grande Guerra, mostrando a verdadeira face dos soldados que nela se envolveram. Certamente não eram guerreiros, mas homens neuróticos, crianças maltrapilhas e assustadas."



O Brasil pouco ou nada participou daquele conflito.



A seguir, em 1933, veio a Segunda Guerra Mundial. Também era movida quase pelos mesmos motivos que se acendeu o estompim da primeira: o cáos econômico com o conseqüente desemprego em massa. A busca de mercados para os ricos continuarem ricos, dando o consolo aos pobre: o emprego desaparecido. Havia também os mesmos sonhos e fantasias de heroísmos e romantismos esdrúxulas, porque era apenas de quem ficava na retaguarda.

Houve porem um agravante: a perseguição aos judeus. Nesta guerra os aviões estavam melhorados.

Já havia paraquedas. Aviões gigantes carregando ou tropas, ou muitas bombas e finalmente o primeiro míssil que o mundo viu: a V1 e a V2 alemã, os quais levavam o terror à Londres.



Nesta guerra o Brasil participou com 25.000 homens. Quase quinhentos morreram. Estão seus corpos num cemitério chamado "Pistóia", na Itália,

porque não temos nem cemitérios para nossos heróis.



Hoje, a mesma situação econômica pré-guerra assola o mundo. A humanidade, liderada por um país extremamente guerreiro e expansionista, ontem mocinho, hoje com tendências a ser bandido, insiste radicalmente em invadir o Iraque, um país pequeno, mas possuidor de grandes reservas petrolíferas, que eles, os americanos já não possuem.



Bush, entretanto não contava que no meio do caminho para a guerra tinha uma pedra. Uma não duas, três ou quatro pedras. A Europa uniu-se em torno da França, Alemanha e países baixos contra a guerra. A própria Turquia, neófita tradicional dos EUA estão na dúvida, apesar de aceitarem tudo o que os americanos lhes impuserem.



Outra pedra além da Rússia é a Coréia do Norte. Este país armou-se de tal maneira que estão deixando o tio Sam de queixo caído. As recentes declarações de seu primeiro-ministro fez os americanos se lebrarem da derrota no Vietnã. Naquele tempo a Coréia do Norte ajudava logisticamente o Vietnã. Se a Coréia do Norte resolver, aproveitando a invasão do Iraque pelos gringos, enviar uma chuva de mísseis para os EUA, aí meus caros da USINA, o bicho vai pegar. Isto é, vai pegar fogo no mundo, como dissera eu no início deste texto.



Abraço a todos



(Jeovah de Moura Nunes)



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