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Artigos-->Ainda Restam Muitas Esperanças -- 03/03/2003 - 16:55 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda Restam Esperanças

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Camila é o seu nome. Ainda não tem um ano. Pouco mais de seis meses. Monossilábica, como todas as crianças de sua idade. Cabelos entre ruivos e loiros. Imagina-se. Pois ela os tem poucos. Quase careca. Olhos azulados. Acorda e começa a dar ordens na casa. Sua fala monossilábica é suficiente. Todos a entendem. AU-GU-DA-DA, UM-BE-PA-PA, ERG-HIG-PUSH. Fácil, não? Ela disse, claramente: “Vovô, estou muito feliz por estar em sua casa. Tive um sono bem tranqüilo. Fala para a mamãe, ou para o papai, que estou com fome. Arg”, que dizer, acho que fiz cocô! Alguém precisa tomar uma providência! Trocar minhas fraldas.”



Depois, ela disse buá, várias vezes, o que significa: “quero minha mamadeira. Pode ser depois do banho. Cuidado para não deixar entrar o ar em minha garganta. Pode provocar dor de barriga e, quiçá, soluços. Hic..Hic. Não esqueçam das palmadinhas nas costas para que eu possa arrotar. E nada de balançar meu corpo pra lá e pra cá. Posso vomitar. É azedo e sem graça! Ah, vovô, ia me esquecendo do seu beijinho. Veja se assim está bom!”



Todas as crianças são iguais perante as leis. As leis do coração, evidentemente. A Camila não é diferente. Só espero que ela não tenha pressa para crescer. O mundo ainda não está pronto. E já apresenta muitos defeitos. Precisamos passar uma vassoura para que as crianças o encontrem um pouco mais limpo. Tem muita sujeira. E muita coisa fora do lugar. E de lógica.



Enquanto a Camila não cresce, bem que poderíamos adiantar alguma coisa. Os velhos, com a sua experiência, deveriam encontra um jeito de repassá-la para os mais jovens. Os mais jovens, por suas vez, deveriam ser mais ousados. E cobrar mais das autoridades. E participar mais da vida social e política. Lutar pelos seus direitos. Só desse modo, todas as “camilas” poderão desfrutar de um modo melhor que o nosso.



Nós deveríamos fazer como a Camila. Brigar pelos nossos direitos. Direito de comer, de fazer cocô, de rir e de chorar. Direito de dormir tranqüilo e de uma casa para morar. Direito de arrotar. Direito de tomar banho. Direito de viver. De crescer. E de cobrar.



É Camila, você está coberta de razões. Faça uso de sua cidadania. Pule, grite, reclame, exija. Não dê moleza para os políticos. Nem para os nossos governantes. E nunca perca a esperança.



E aceite as minhas desculpas, caso não encontre um mundo à altura de suas expectativas. Não sei se fizemos tudo que deveria. De qualquer modo, fizemos alguma coisa. Na verdade, estive pensando: acho que os políticos não têm netos.



Pelo menos alguns que conheço. De longa data.



Domingos Oliveira Medeiros

03 de março de 2003















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