E mandas-te-me tu, querida Mãezinha, para a escola, convencida que me entregavas à segura mão da cultura que implanta o ser humano, pelo menos, no primeiro degrau dos saberes da vida.
Naqueles cegos tempos, onde meus olhos viam tudo sem verem nada, o sorriso deslizava exactamente prenhe da sapiente ignorância que hoje em chorrilho cada vez mais se me depara, só que, após a longa tarimba de pele que já levo, mesmo de olhos fechados, não me livro do que de facto não quero ver.
Farto-me de escaqueirar os espelhos do preconceito, por dentro e por fora de mim, e não logro fresta onde a merda de tão nojento reflexo cesse de apoquentar-me...
E ele aí está na cartilha das palavras que malbaratam e desbaratam o mais tranquílo do espíritos que pugne por alcançar a liberdade de ser e de existir. Escrevi cartilha?!
Não... Não é cartilha... Não devo ofender a essência do ensino que João de Deus sonhou proporcionar aos mais pequenitos...
Sentina... É sentina... Onde não há outro remédio se não perecer até o tempo diluir a putrefacção.
Que erudição maestrina... Que saber prolixo diagnostica, tipo "mezeira" de esfregar azeites na testa, a demência de outrém!
Eis a banha do despeito num texto inovador. Não tem "link"... Que pena... Está mesmo belo... Belo para produzir a ascensão à cátedra dos lentes da cegueira. Que maravilha! Veniante e grato, querida mestra... Escrevi mestra?!... Estou mesmo demenciado... É do amor...
"O amor é louco...
Não façam pouco
Desta loucura..."
Torre da Guia
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