Carta aos
escritores do Usina
A todo o tempo nós
alardeamos sobre o assunto sendo chamados de chatos e “arcaicos”. Por diversas
vezes autores simpatizantes das Minutas de transformação jogavam seus textos
indiscriminadamente passando uma realidade diferente desta que vivemos agora.
Sou escritor
class=GramE>no Usina de Letras a mais de dois anos. Participei de quase
todos os eventos entre os escritores deste site e posso afirmar, foi de grande
crescimento para mim e sei que a troca existiu também para outros escritores
que comigo interagiram. Um site que teve seu crescimento advindo dos esforços
valorosos do Senhor Waldomiro e equipe do Usina.
Esforço valoroso teu, meu, nosso!
Existem
class=SpellE>autores/leitores* neste site devido ao atrativo de um
espaço aberto para a publicação de textos. Ao mesmo tempo estes usuários
prestam serviços ao site. Um autor seja ele “amador” ou “profissional”, gasta
parte de seu tempo, esforço intelectual, tempo de pesquisa ou exercício de
criatividade para proporcionar um texto que, em algum momento, será lido por
alguém.
Uma pergunta
poderia ser facilmente incitada como aquela história das pulgas cheiradas que,
se você não é assinante jamais poderá encontrar esse poema novamente: Quem é que
ganha com o meu suor no usina? Têm-se assinantes então
eu quero levar o meu, afinal, estão lendo meus textos.
Antigamente era
uma espécie de simbiose. Nós parasitávamos o corpo e não o deixávamos nem
morrer nem passar por perigos... Agora simplesmente o hipopótamo da Usina quer
se ver livre do passarinho que come carrapatos. Uma simbiose é uma troca,
portanto a palavra “parasitar” não se aplica neste contexto. Autor escreve,
leitor lê o que autor escreveu, leitor busca texto para ler, busca site gratuito
de literatura Usina de letras, acha autor que escreve em site gratuito, leitor
lê o texto que busca. Site tem uma proposta, autor tem um objetivo, leitor tem
um desejo... Todos felizes e vão dormir tarde.
color:navy >A
color:navy > tempos já pensamos sobre a manutenção do site, porém idéias como parceiras
ou a minha proposta da criação de um Organismo não Governamental – Ong foi
simplesmente iguinorado pelo senhor Waldomiro, e
grifo, foi literalmente ignorado pois o objetivo já era ganhar dinheiro a
nossas custas.
Os leitores de
alguns de meus textos sabem a minha relutância a todo o momento desses mecanismos
que iam surgindo como um vírus inflamando as amídalas da vaidade como o Placar
e o patrocínio. De uma simples gripe, devido a ingestão
do pus obrigatório de autores como Domingos de Oliveira e patota, outros órgãos
foram sendo comprometidos: o fígado da literatura, boêmia, esperta, criativa,
libertária, transgressora foi parando de funcionar, criando um autor de olhos
amarelados de tanto ver textos coloridos sem conteúdo.
style= mso-spacerun:yes > Onde está a hemodiálise do bom senso? Perdeu-se.
Em tempos de
igualdade social o Usina de Letras proporciona a maior
segregação social da rede que tenho conhecimento. Quantos
brasileiros tem acesso a Internet? Desses, quantos tem um computador
barato, ou como eu acessam de seus trabalhos ou casas de amigo e que, apesar de
estar ligado a rede, não tem condições de pagar uma
taxa que é no mínimo um absurdo. Pais de família sobrevivem com esse dinheiro
pedido pela assinatura.
Deixo aqui o meu protesto e convido a todos
os que se sentiram vilipendeados pela administração
do site, que agiu de forma autoritária, imprudente, irresponsável (já que lida
com dados que, em seu todo, não o pertence) a um ultimato. Ou retira todas as
restrições a qual fomos impostos ou iremos retirar nossos textos.