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Artigos-->ADIVINHAÇÃO DE PENSAMENTOS -- 23/03/2003 - 17:09 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADIVINHAÇÃO DE PENSAMENTOS







Chama-se cumberlandismo a adivinhação sensorial por contato. Entrando em contato com a pessoa que pensa, o sensitivo pode adivinhar os pensamentos conscientes e inconscientes. Toma pela mão a pessoa e pode descobrir o que ela pensa, às vezes com todos os detalhes.



Um exemplo deste fenômeno ocorreu com o Dr. Murray, então diretor da Sociedade de Pesquisas Psíquicas (ou Parapsicológicas). Em uma de suas diversas experiências, uma senhora escreveu em um papel: “Início de uma passagem de Dostoiévski, na qual o cão de um homem pobre morre em um restaurante”.



O Dr. Murray, que não era especialmente sensitivo, nem dotado, tomou a mão da senhora e concentrou-se, deixando-se cair em estado de relativa inconsciência e dizendo: “Parece-me que é algo tirado de um livro. Diria que se trata de um livro russo. Um homem muito pobre. Parece que se trata de algo relacionado com um cão morto. Um cão muito infeliz. De repente, ocorre-me que é dentro de um restaurante”. Até aqui, tudo exato. “As pessoas brigam e depois voltam e se esforçam para ser boas. Deste último aspecto não estou seguro”. É muito interessante esse detalhe. A senhora não o havia escrito no papel, que serviria de comprovante daquilo que ela pensava, mas estava escrito em Dostoiévski, de onde ele havia extraído o que em resumo escrevera. Ele, porém, acabou adivinhando o que não estava escrito no papel. Faltava somente o nome de Dostoiévski e, depois de várias circunlocuções, falou: “Tenho a impressão de que é alguma coisa assim como Górki, mas não é Górki”.



É um exemplo, entre milhares que poderíamos narrar, de experiências de adivinhações por contato realizadas em laboratório.



Essas experiências, em geral, são menos notáveis, porque não há relação emocional. É uma situação construída, fria. Nos casos espontâneos, geralmente, os fenômenos são muito mais interessantes. São estes casos que despertaram a atenção dos parapsicólogos.



Muito conhecida tornou-se a menina Ilga K. Filha de pais sãos, desenvolveu-se normalmente, mas intelectualmente permaneceu muito atrasada. Aos oito anos, balbuciava como uma criança de dois. Não aprendeu a ler nem a calcular. Pois bem, aos nove anos, apesar de ser incapaz de ler e calcular, quando se concentrava, Ilga lia qualquer parágrafo, em qualquer língua, incluindo latim e grego antigos, resolvia problemas matemáticos, contanto que alguém (principalmente sua mãe) estivesse em sua presença, lendo mentalmente o mesmo parágrafo ou pensando na solução do problema. Discutia com professores universitários sobre qualquer tema; “sabia”, sem compreender nada, tanta matemática quanto os professores de ciências exatas, discutia com os catedráticos de medicina etc.



Investigações sucessivas, rigorosas, continuadas, de especialistas de vários países demonstraram que se tratava de um caso de manifestações da HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento, a adivinhação sensorial sem contato), pelas quais nosso inconsciente capta e, às vezes, pode manifestar (em casos especiais ou com pessoas especiais) tudo o que as pessoas presentes pensam, inclusive inconscientemente.



HIP é muito diferente e de muito menor alcance que a telepatia. HIP deve-se aos sentidos, e a telepatia é extra-sensorial.



Nosso inconsciente é um sábio prodigioso.







Por Luiz Roberto Turatti, aluno do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, CLAP (www.clap.org.br), dirigido pelo Prof. Dr. Padre Oscar González-Quevedo, S.J.







Esse artigo já foi publicado em:

- “Jornal de Araras”, Araras/SP (Brasil), 25/10/1991;

- “Tribuna do Povo”, Araras/SP (Brasil), sábado, 15/10/1994;

- “Jornal de Parapsicologia”, Braga (Portugal), outubro/1997;

- “Opinião Jornal”, Araras/SP (Brasil), sábado, 22/11/1997.

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