Muitas pessoas escrevem ao
CLAP ou perguntam aos nossos professores de Parapsicologia em seus cursos por que não é possível ser católico e espírita ao mesmo tempo, e aí eu elaborei uma lista, defendida pelo frei Boaventura Kloppenburg, OFM, na qual pode-se ver, ponto por ponto, com as palavras dos mais abalizados doutrinadores espíritas, que o espiritismo nega, de fato, doze verdades fundamentais do catolicismo. Do cristianismo não sobra mais nada. Os espíritas, que na proporção de 90% são católicos batizados, não conhecem essa realidade. É que não conhecem nem o espiritismo nem o catolicismo e, por viverem na confusão, perderam o maior valor de suas vidas: a verdadeira fé.
Tomo a liberdade de transladar para cá a exposição desses motivos.
1.º) O católico instruído sabe que o homem tem uma inteligência limitada e que Deus é infinitamente sábio, podendo revelar-nos verdades que superam a nossa capacidade racional, e por isso admite a possibilidade do mistério e aceita tais verdades sempre que tem certeza de que foram reveladas por Deus. Já o espírita proclama que não há, absolutamente, mistério e tudo o que a mente humana não pode compreender é falso.
2.º) O católico instruído crê que Deus pode fazer e de fato fez milagres para comprovar Sua revelação; o espírita rejeita a possibilidade do milagre.
3.º) O católico instruído crê que os livros da Sagrada Escritura foram inspirados por Deus e que, por isso, não podem ter erro em questões de fé e de moral; o espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que nunca foi inspirada por Deus.
4.º) O católico instruído crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que os ajudasse a transmitir e conservar fielmente as verdade divinamente reveladas; o espírita declara que os apóstolos e seus sucessores, o papa e os bispos, não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo o que eles nos transmitiram está errado e falsificado.
5.º) O católico instruído crê que o papa, sucessor de São Pedro, é infalível sempre que, com sua suprema autoridade, decide solenemente questões de fé ou moral; o espírita proclama que os papas só espalham o erro e a incredulidade.
6.º) O católico instruído crê que Jesus instituiu uma Igreja com o fim de continuar através dos séculos Sua obra de santificação dos homens; o espírita declara que até a vinda de Allan Kardec a obra de Cristo estava perdida e inutilizada.
7.º) O católico instruído crê que Jesus nos ensinou todas as verdades religiosas necessárias e suficientes para a nossa eterna salvação; o espírita proclama que o espiritismo é a “terceira revelação”, destinada a retificar e mesmo substituir o Evangelho de Cristo.
8.º) O católico instruído crê que em Deus há uma só natureza e três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; o espírita nega esse augusto e fundamental mistério da Santíssima Trindade.
9.º) O católico instruído crê que Deus é o criador de todas as coisas, realmente distinto do mundo e um Ser Pessoal e Consciente; grande parte dos espíritas afirma que Deus é a alma do mundo e que os homens são partículas de Deus, professando assim um perfeito panteísmo.
10.º) O católico instruído crê que Deus é libérrimo para criar ou não criar o mundo e fazê-lo como melhor lhe parece; muitos espíritas dogmatizam que Deus devia necessariamente desde toda a eternidade criar e fazer todos os homens iguaizinhos.
11.º) O católico instruído crê que Deus fez o mundo do nada, com o simples império de sua vontade onipotente; o espírita dogmatiza que o mundo ou sempre existiu e apenas se aperfeiçoou ou é uma emanação de Deus.
12.º) O católico instruído crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo; o espírita dogmatiza que a nossa alma é o resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
Por
LUIZ ROBERTO TURATTI, aluno do
CLAP –
CENTRO LATINO-AMERICANO DE PARAPSICOLOGIA, dirigido pelo PROFESSOR DOUTOR PADRE OSCAR GONZÁLEZ-QUEVEDO, S.J.