A personalidade de cada pessoa, que a maioria dos indivíduos, de uns para os outros, não respeita equilibradamente e em geral considera sempre aquém da sua, está integrada por diversas facetas que determinam a maneira como sente e expressa as suas emoções, bem como a forma de pensar e expandir em face da realidade as suas ideias. Inclusive a relação que tem com o aspecto físico e material, que é o seu corpo, lhe influi o comportamento e comanda a movimentação para actuar.
Estas e outras particularidades de somenos conformam o carácter de cada um e estabelecem a sua maneira muito própria de relacionar-se com os outros e com o ambiente que o rodeia. Em resumo, cada qual tem que bater-se mais ou menos impulsivamente pela vida.
Cada pessoa pois, consoante a condição humana e social de sua origem familiar e a qualidade de educação que recebe até ao seu estado adulto, apresenta ora aspectos luminosos no seu perfil caracterológico, ora revela outros que se poderão denominar de mais sombrios. Do domínio ou não desse balanceamento positivo e negativo resulta o indivíduo simples e agradável, fácil de ser aceite pelos outros, ou aquele que tem mais dificuldade em enquadrar-se na sociedade.
Contudo, ao carácter tido por mais difícil depara-se-lhe o inquietante território das manias, fobias, medos e obsessões, o que constitui obstáculo pequeno ou grande que terá de superar para obter um equilíbrio interior com o qual possa expressar-se e concretizar-se de forma harmónica no intenso mundo exterior.
O conceito comportamental que acabo por modo muito simples e singelo de apontar, à guisa de ABC muito reduzido sobre a colocação da pessoa em percurso existencial, adensa-se de complexidades deveras tortuosas que só a experiência de cada um, conforme vai enformando o percurso da sua vida, poderá absorver e traduzir em método mais ou menos capaz de satisfazer anseios e metas.
Li algures, há cerca de uma dezena de anos, que cerca de 60% da humanidade nunca se debruçou para o seu interior e meditou utilmente nestes vulgares e tão evidentes princípios.
Por exemplo, eu, como se um objecto enfiasse no bolso para me lembrar de algo importante, ao escrever este pequeno e despreocupado texto, produzi uma eficaz terapia racional e coabitei com um excelente momento de reflexão auto-correctiva e tranquilizante.
Como é soer dizer-se, primário e óbvio que seja, é sempre bom e útil lembrar! Se a ninguém servir, serviu-me a mim.