Há, na naturalidade com que Pessoa expõe as idéias, ao fazer poemas, qualquer coisa de tanto encanto, que eu ponho-me a lê-lo e, inebriada pela inspiração do poeta lusitano, basta-me
relê-lo...
E, por causa dele, hoje foi o primeiro dia, nos últimos anos, que eu nada compus.
Inundei meu mundo de "Pessoa"...
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"Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos expressão no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior
Olho-me e comovo-me,
Comovo-me quando a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento..."