“Corro o risco de afirmar que o presente, o passado e o futuro, não passam de um paradoxo. Presente, passado e futuro são férteis criações da imaginação.”Marcos Woyames de Albuquerque em ’O paradoxo do tempo’.
Em geral, nos referenciamos ao presente como parte da divisão cronológica do espaço físico que percorremos. Não digo que tal divisão seja certa ou errada. A exposição que faço segue outra linha de racionalização onde o ‘dual’, ou o ‘picadinho’ que fazemos de cada coisa ou de cada pessoa para explicar nossa visão reproduz, sempre, a apresentação usual das realidades que todos percebem.
Em 1999 escrevi uma mensagem ao tempo... Ao Tempo cronológico. Uma Mensagem ao Milênio onde repassei através de palavras um sentido que desejaria ver no amanhã para todos nós.
Além de Verdade, Amor, Poder e Dor... outros valores conceituais me tocam, profundamente, como herança psico-biológica de todos os seres, independente de raça, espécie, gênero. Dentre eles, a Presença, que contém bem próximo a representação do Presente que faço.
Ao estar Presente significa estar rompido com outras relações espaço-temporais. Então não há referências a um passado... a um outro ou a qualquer outro lugar. Tudo se conecta ao mesmo momento.
No cotidiano, de todas nossas idades vivemos esta PRESENÇA e não nos apercebemos dela. Na sala de aula, ao chamar nossos nomes, respondemos aos mestres: Presente. Numa ala de UTI... em ’coma profundo’ tem alguém Presente ainda que totalmente inconsciente de quaisquer atos seus ou de terceiros ao redor.
A PRESENÇA é uma realidade que afeta ao agente ou a todos os que o rodeiam de forma permanente e intemporal. Desta forma, não há de se falar que cada segundo é um passado para trás ou cada expressão que lançar ao mundo seja o que desejo no meu futuro.
Na PRESENÇA, descompassamos o tempo cronológico e damos outra dimensão às nossas vidas. Então percebemos que tudo nos envolve dando novo sentido e razão às palavras, ações, omissões.
