Você já se imaginou sem telefone? E sem internet? Pois é. Houve um tempo em que ele não existia e era, até mesmo, artigo de luxo. Quando as pessoas precisavam se comunicar, andavam até as casas ou escritórios umas das outras. Fechar acordos via e-mail, nem em sonhos.
Mas o mundo mudou e hoje a tecnologia é avançada. Dependemos dela todo o momento e se houver problemas na telefonia pode dar uma pane geral em qualquer empresa. Eu ainda lembro de uma época em que o telefone não existia, pelo menos para a camada mais simples da população.
Costumava freqüentar, nos anos 60, um restaurante no último andar do Hotel Othon. Observava as pessoas caminhando pelo Viaduto do Chá e pela Praça Patriarca, no centro velho de São Paulo. Era divertido contemplar essa cena, parecia o balanço das ondas do mar.
Uma certa vez, em 1964, um amigo venezuelano, Feliz Araújo, questionou-me porque as pessoas andavam de um lado para o outro com a típica pressa paulistana. Eu não soube responder. E ele, como bom observador, me disse: “se pensar um pouco verá que, no Brasil, correios e telefones ainda não existem”.
Fiquei indignado com a observação! Mas, no fundo, ele tinha uma certa razão. Conhecia bem seu país e outros tantos. Nós ainda estávamos na onda da revolução de 1964, acreditando no momento. Mudanças à vista na vida de cada brasileiro! E foi por isso que estive na Venezuela tentando explicar o que aconteceria em nosso Brasil depois deste período.
Agora, passado tanto tempo, fico pensando como ficará este país depois das reformas constitucionais e outras “reformas” que o Governo precisa fazer para melhorar as políticas sociais e econômicas para o século XXI.
Penso também o que seria de mim e da população brasileira, até mesmo mundial, sem o telefone. Meu amigo Feliz Araújo tinha uma certa razão, precisávamos correr. Há anos o telefone era artigo de luxo, hoje, entretanto, é vendido até por camelôs.
Mas hoje continuamos andando a passos rápidos e velozes. Afinal, só na capital paulistana são um milhão e meio de habitantes gastando a sola do sapato, trabalhando, procurando uma forma de sobrevivência... Porque o tempo não pára. O mundo não pára.
Se num prazo de dez anos conseguimos fazer da internet parte integrante da nossa vida, da qual dependemos para negócios, bilhetes, cartas de amor, comunicação, notícias de amigos distantes, etc, temos condições de evoluir muito mais. Aquela velha história de que o Brasil é o país do futuro, ainda guardo comigo e acredito que ela é verdadeira.