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Artigos-->FODA-SE -- 18/06/2003 - 19:32 (****Jair Toledo X. Jr****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
por Millor Fernandes

O nível de stress de uma pessoa é inversamente

proporcional a quantidade de “foda-se!” que ela fala.

Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda- se!”?

O “foda-se!” aumenta minha auto- estima, me torna uma

pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo ? Então foda-se!”.

“Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”.

O direito ao “foda- se!” deveria estar assegurado na

Constituição Federal. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior

fidelidade nossos mais fortes e genuinos sentimentos. É

o povo fazendo sua lingua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

“Prá caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor

a idéia de muita quantidade do que “Prá caralho”? “Prá caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende?

No gênero do “Prá caralho”, mas, no caso, expressando a

mais absoluta negação, está o famoso “Nem fodendo!”.

O “Não, não e não!” e tampouco o nada eficaz e já sem

nenhuma credibilidade “Não, absolutamente não!” o substituem.

O “Nem fodendo” é irretorquível, e liquida o assunto. Te

libera, com a consciência tranqüila, para outras

atividades de maior interesse em sua vida.

Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o

carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo “Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!”.

O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se

encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e

volta a curtir o CD do Lupicinio.

Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente

as situações onde nosso ego exigia não só a definição de

uma negação, mas também o justo escarnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.

Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com

um PHD “porra nenhuma!”, ou “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!”. O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.

São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”,

repone” e mais recentemente, o “prepone” - presidente de

porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um “Puta-que-pariu!”, ou seu

correlato “Puta-que-o-pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...

Diante de uma notícia irritante qualquer “puta-que-o-

pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus

neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar

e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido

trôco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cú!”? E sua

maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho

do seu cú!”.

Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos

seus quando, passado o limite do suportável, se dirige

ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Vai tomar no olho do seu cú!”.

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-

estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a

expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu!”

E sua derivação mais avassaladora ainda: “Fodeu de vez!”.

Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora

para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de

ameaçadora complicação?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu

autor em todo um providencial contexto interior de

alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está

dirigindo bêbado, sem documentos do carro

e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de

polícia atrás de você mandando você parar:

O que voce fala? “Fodeu de vez!”.

Liberdade, igualdade, fraternidade e “foda-se!!!”



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