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Artigos-->O Pouco -- 24/06/2003 - 14:17 (Ester Machado Endo) |
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O Pouco
Só um pouco já bastava, nada mais do que isso, só um pouco.
Mas, quem disse que pelo menos um pouco ela teria?
Se não fosse o pouco ou nada, em sua vida, tudo mudaria.
Mas ela teimava em querer pelo menos mais um pouco.
Ah! Se ela soubesse que isso não bastaria, por ser pouco.
Talvez tudo seria busca e, não somente espera e estagnação.
Mas como muito pouco sempre em sua vida ela recebia.
Talvez, já estivesse satisfeita com o mínimo do pouco, até então.
Mas, só de pouco em pouco, como sempre, ela vivia.
E as esperanças aos montes, acenavam, mas morriam.
E cada hora vivida por ela, na miséria ela temia.
Que tudo não passasse de um simples ato de covardia.
Deixou-se levar pelas promessas e juras de melhores dias.
E tentando se firmar ainda que cambaleante, não conseguia!
Não percebeu que estava à beira do abismo da agonia.
E debatendo-se em sua pequena eficácia, ela morria!
Agora, inerte no silêncio profundo da noite, ela jazia.
Já não importava mais, se em vida pouco ou nada ela teria.
Mas, na fria mesa sozinha, esperando pelo novo dia.
Até ao baixar à tumba, e na gélida pedra ela ficaria.
E logo depois, deixada para trás, como se fosse nada.
Por alguém que quase nada ou muito pouco, lhe ofereceu.
Apenas uma pedra na cabeceira da tumba ali fincada,
Dizia: Era uma boa mulher, porque do pouco ela viveu.
Ester Machado Endo
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