Os servidores federais entrarão em greve por tempo indeterminado contra a reforma da previdência e pela retirada da PEC 40, a partir do próximo dia 8 de julho. Essa é uma greve que tem importância histórica.
Esse enfrentamento contra o projeto do FMI, contra a privatização da Previdência Pública e em defesa de conquistas e direitos históricos da classe trabalhadora, diz respeito a todos trabalhadores e não apenas aos servidores. Trata-se de derrotar um projeto mundial dos capitalistas, que visa fazer retroceder as condições de vida do povo e da classe trabalhadora ao século XIX, em termos de direitos sociais e trabalhistas.
É lamentável, que seja um governo – dirigido por uma partido que nasceu do seio da classe – a pilotar esse ataque da burguesia e do imperialismo.
Os parlamentares que se reivindicam de esquerda devem rejeitar essa reforma e apoiar incondicionalmente luta dos servidores.
Um desafio do movimento é unir as três esferas do funcionalismo nessa luta e juntos ganharem as ruas. E a tarefa de todos os sindicatos, da CUT, da UNE, entidades populares, estudantis e dos movimentos sociais é cercar de solidariedade ativa esta greve.
A campanha contra a reforma e em apoio à greve deve chegar em cada local de trabalho, estudo, moradia. Como na Campanha contra a ALCA no ano passado, devemos explicar a todo o povo o conteúdo dessa "reforma": realizar palestras, debates, distribuir milhões de boletins. Aliás, esta reforma é parte das negociações e exigências tanto do FMI, como da ALCA.
Apesar da campanha da mídia e do governo, podemos vencer essa batalha. Para isso, entretanto, todos os lutadores e ativistas combativos desse país precisam entrar em campo junto com o funcionalismo. O PSTU colocará toda sua força militante ao serviço do apoio à greve e da campanha contra a reforma.
Todo apoio à greve do funcionalismo!
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Dia 8 de julho é greve!
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Rogério Marzola, diretor da Fasubra
A Plenária Nacional dos Servidores Federais no dia 14 de junho decidiu deflagar dia 8 de julho a greve nacional por tempo indeterminado. Com 355 delegados representando 800 mil servidores, esta foi uma das maiores e mais radicalizadas plenárias
A data de julho foi escolhida devido à decisão do governo de convocar extraordinariamente o Congresso Nacional para acelerar a reforma, reduzindo o recesso de 30 de junho a 10 de julho.
A principal polêmica, entretanto, foi sobre a apresentação ou não de emendas ao Projeto de Emenda Constitucional 40. A imensa maioria dos delegados e entidades do funcionalismo se posicionaram contra as emendas. Votaram ir à greve contra a reforma da Previdência e pela retirada da PEC 40.
CUT foi vaiada de novo.
A representante da CUT nacional, Denize, militante da CNTSS e da Articulação Sindical, na apresentação do informe do Concut, foi vaiada intensamente pelo conjunto da plenária dos SPFs, principalmente quando tentou fazer a defesa das emendas à PEC 40. Ela teve a fala interrompida várias vezes pelo plenário que, de pé, gritava "Sou de luta, sou radical, essa reforma é do Banco Mundial".
Pela retirada da PEC 40.
A plenária definiu como eixo de luta a exigência de retirada da PEC 40, rejeitando a proposta da Central Única dos Trabalhadores de apresentar alterações à PEC. A deliberação demarca claramente a divergência com a maioria da CUT. A concepção de reforma da Previdência adotada no último Concut que, a pretexto de "ampliar direitos", cede à lógica da privatização da Previdência foi a grande derrotada na plenária dos servidores.
O entendimento das entidades é que o projeto do governo não é uma "reforma" da Previdência, mas uma supressão de direitos dos servidores, conquistados em anos de luta.
Preparando a greve,
No dia 26 de junho, os servidores realizarão um Dia Nacional de Luta, com manifestações nos estados e paralisações. Os fiscais da Receita Federal, por exemplo, irão parar nos dias 25 e 26 e se somarão aos atos do dia 26.
As universidades federais realizaram assembléias de base na maioria dos campi e votaram a greve.
A construção da greve pela base, a unificação das três esferas do funcionalismo na luta e uma forte campanha junto à população contra a reforma e pelo apoio à greve deve ser o centro de atividade do movimento sindical, popular e estudantil.
Unir as três esferas.
A construção de ações de rua unificadas são muito importantes. É fundamental que, especialmente os professores (as) estaduais e municipais que têm férias em julho – quando os federais já estarão em plena greve e a reforma estará em plena tramitação no Congresso, salvo se a convocação extraordinária for derrotada – busquem construir desde agora uma forte campanha na base e junto à população contra a reforma e se somar aos federais em ações de rua, como no próximo dia 26.
Desde já é preciso também construir conscientemente um calendário que garanta a convergência de todos na luta em agosto.
Campanha junto à população.
É preciso e possível disputar e ganhar a consciência da população contra a reforma e em apoio à greve dos servidores, apesar da campanha mentirosa do governo e da mídia. Para isso, cada ativista, movimento e entidade combativa desse país precisa entrar em campanha contra a reforma, esclarecendo os trabalhadores e o povo sobre seu conteúdo.
As entidades dos funcionalismo devem ajudar a produzir materiais que possam ser trabalhados por todos os setores. Os sindicatos de trabalhadores do setor privado, entidades estudantis e demais movimentos populares devem usar seus boletins para explicar essa reforma e chamar o apoio à greve.
Em vários estados, estão sendo realizadas palestras em escolas, sindicatos, locais de trabalho ou moradia, que têm atraído centenas de pessoas. É preciso buscar formar comitês contra a reforma onde for possível.
Nesse sentido, São Paulo deu um bom exemplo. O Fórum em Defesa da Previdência Pública acabou de imprimir 1 milhão de jornais, que – à exemplo do que foi feito na campanha contra a ALCA em 2002 – será distribuído massivamente em fábricas, bancos, escolas, paróquias e locais de concentração popular.
Em São José dos Campos (SP), a campanha e esclarecimento do Sindicato dos Metalúrgicos junto à sua base já surtiu efeito. Na General Motors, os trabalhadores em assembléia massiva se posicionaram contra a reforma e certamente serão um bastião de apoio à greve.
Quem votar na reforma vai para o poste.
Os servidores vão colocar no poste o rosto dos deputados que votarem a favor da reforma. Já começaram colocando as caras dos que aprovaram o texto do governo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Essa tradicional forma de pressão do funcionalismo sobre o Congresso surte efeito.
Junto com a greve, as manifestações de rua e a campanha junto à população; as assembléias dos servidores devem votar nas assembléias a exigência de que todos os deputados rejeitem e votem contra a reforma.
Aliás, aqueles que defendem "emendas" a essa reforma têm uma contradição. Antes de ir a voto destaques e emendas, o Congresso terá que votar sim ou não à PEC 40. E daí, aqueles que dizem que a reforma "como está não dá", mas que "emendada pode dar"?
Vão votar sim ou não? Os que votarem sim devem ir para o poste.
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