O BONÉ E A REFORMA AGRÁRIA
A hipocrisia nesse país é algo assustador. Não é por acaso que ainda somos um país tupiniquim de terceiro mundo. Só porque o presidente Lula colocou o boné do MST a oposição e parte da elite brasileira caiu matando, como se o presidente tivesse cometido um grave crime ou agido de má fé. Ainda mais quando se sabe que o presidente já repetiu o mesmo gesto em várias outras oportunidades e ninguém deu a mínima importância.
Mas a questão não era o boné que o presidente Lula usou de forma Cortez. A questão era que o boné é um símbolo do MST, um movimento que luta há décadas por reforma agrária no Brasil e que pratica invasões de terras.
Se o boné pertencesse a uma grande multinacional, dessas que explora o trabalhador brasileiro e depois remete os altos lucros para seu país de origem e contribuindo para aumentar o déficit nas transações externas, certamente teria sido aplaudido ou até mesmo o episódio teria passado em branco. Mas como o boné era do MST, a coisa não foi assim.
Não que o MST seja um movimento exemplar e que não tenha praticado irregularidades. Mas a questão foi tratada como se o presidente apoiasse e incentivasse as ações desse movimento. Ora! Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência sabe que o presidente não apóia a baderna, a ilegalidade e o desrespeito às leis e a propriedade privada! Contudo, tanto ele quanto nós sabemos que o Brasil precisa urgentemente de uma reforma agrária. E gostamos ou não, ela terá que ser feita.
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