Agentes do mal espalhados por toda parte ameaçam a soberania humana, racional, pacifista e artística.
Agentes do mal torturam mentes com idéias eloqüentes e aparatos dispensáveis que coagulam emoções em um único ponto: a estagnação.
Agentes do mal observam desejos e colocam as soluções a mão de quem as quer, desde que não interfira em nada do funciona em suas operações. A operação do nada.
Agentes do mal metalizam sentimentos, assassinam quem pensa, atiram a primeira e a última pedra. Agentes do mal carregam pedras nos bolsos.
Agentes do mal, nossa vergonha, nosso atraso, nosso volume na estante, empoeirado (retiradas as folhas), calcificado na ignorância, parado na inoperância.
Agentes do bem no aguardo de soluções.
Nota-se que a sociedade está doente. É fato. E nota-se mais ainda que o tipo de doença que mais se alastra vem de dentro de cada um com suas eternas necessidades que entram em choque com a coerência, o respeito e a beleza da compreensão.
Nota-se ainda mais que seres humanos andam perdendo os sentidos (em todos os sentidos) e buscam na correria do dia-a-dia um consolo para suas mazelas, seus mal quereres, suas más formações congênitas de caráter.
Nota-se também que todos que estão envolvidos no processo da evolução humana perdem o controle do carro, que desgovernado vai ao encontro deles mesmos, arrebentando-lhes a hipocrisia, mais dia, menos dia.
Um dia será descoberto, o que o se encontra por baixo do pano vermelho da paixão que tomou conta do cérebro humano.