A lista de agressões aos brios das pessoas é imensa quando fazemos um exame dos programas de televisão, jornais, revistas, rádio, etc.. Um tal de “Sérgio Malandro” exibe moças, com as idades no máximo no limite da maioridade em trajes sumaríssimos com finalidade óbvia de serem convidadas para programas sexuais. Anos atrás, o falecido Carlos Imperial já o fazia e a proposta para encontros pagos era explícita. Ou seja, prostituição pela televisão, em órgão de concessão fornecida pelo Estado e com finalidade de utilidade pública, nas barbas das autoridades que se omitem escandalosamente. O mesmo Sérgio Malandro apresentou um programa, recentemente em que se premiava pessoas que, no palco, se submetessem a procedimentos penosos e esdrúxulos, como ingerir pimenta e apanhar em público. Um dos “concorrentes” era um homem de aproximadamente 50 anos, mal vestido, a barba por fazer e franzino. A proposta era a de um ganho em dinheiro caso se deixasse ser esmurrado por um pugilista com o dobro de sua altura e de seu peso. O homem, bastante constrangido olhava para o batedor musculoso, carrancudo e calçando luvas de boxe de 16 onças. Era evidente o seu pânico. O apresentador perguntou-lhe se preferia desistir. O rapaz parou pensativo e demonstrando-se bastante intrigado, falou após alguns segundos, sob uma sonoplastia que indicava suspense: “Preciso tanto desse dinheiro”. Ficou então em posição vulnerável, em pé diante do agressor, olhos fechados, todas as rugas do rosto e da testa bem pronunciadas, os braços e pernas tremendo. O apresentador deu a ordem e o pugilista, então aplicou-lhe o golpe como numa arena real. A vítima foi atirada ao solo por alguns metros e ficou ali nocauteada por alguns segundos. Um dos braços levantado, numa contração tônica e com tremores semelhantes à dos eplépticos quando em crise convulsiva. Logo depois, recobrou a consciência e amparado, ergueu-se e sob sons de glória, foi saudado pelo apresentador que lhe comunicou haver ganho o concurso o que lhe fez dar pulinhos de alegria. Qualquer promotor poderia acusar a equipe do programa pelos crimes de apologia à violência, lesões corporais, danos morais e constrangimento ilegal. E afinal há milhões de testemunhas. Crimes flagrantes. Mas ninguém fez nada. Afinal a mídia pode tudo. É a ditadura do quarto poder.