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Artigos-->A CONCLUSÃO DE UM ESTUDO CIENTÍFICO SOBRE A ASTROLOGIA -- 25/08/2003 - 14:00 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Conforme noticiado pelo Fantástico, 24/08/2003, uma longa análise científica foi feita a fim de verificar se os astros têm alguma influência sobre a vida das pessoas, mas nada encontraram que confirmasse essa influência.



“"A astrologia é um lixo." A acusação é de uma dupla de cientistas que fez uma pesquisa durante décadas para saber se as características das pessoas sofrem ou não influência da posição do Sol, da Lua e dos planetas no dia em que elas nasceram.



A resposta dos cientistas Geoffrey Dean, canadense, e de Ivan Kelly, australiano, é, categoricamente: "Não, nenhuma influência."



A pesquisa começou na década de 50 com mais de 2 mil bebês nascidos quase simultaneamente em um mesmo dia do mês de março, na cidade de Londres. Como o mapa astral das pessoas é baseado na hora e o lugar do nascimento, os cientistas monitoraram esses bebês durante 45 anos numa tentativa de identificar as características semelhantes entre eles na vida adulta.



Os cientistas não encontraram nenhuma semelhança no destino dos bebês, chamados de gêmeos de tempo. Também compararam mais de 100 características pessoais, como agressividade, ansiedade, habilidade nos esportes e nas artes, e desempenho nos estudos. E fizeram testes de inteligência. Não descobriram nada parecido entre eles
.



Os cientistas usaram a conclusão da pesquisa para atacar a credibilidade dos profissionais que trabalham com horóscopo. Eles disseram que qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento de astrologia, tem as mesmas chances de acertar as previsões do zodíaco. Para os cientistas, a astrologia não é ciência, é adivinhação.



O ataque gerou reações imediatas no meio acadêmico e nas ruas. A maioria dos britânicos acredita na astrologia e 80% consultam diariamente as previsões dos horóscopos. Um grupo de estudantes afirma que costuma ler todos os dias as colunas de jornais sobre signos, mas concordam com os cientistas: acham que a astrologia não é uma ciência, mas sim um hobby. Um astrólogo, dono de uma loja de produtos astrológicos, acha que a pesquisa é cheia de banalidades. Uma artista de rua ficou surpresa com o resultado da pesquisa: "Para mim, a astrologia é uma ciência. Eu sempre consulto signos para conhecer melhor a minha vida."



O presidente da maior entidade dos profissionais de astrologia do Reino Unido, o astrólogo Roy Gillet, ficou ofendido com o estudo. "Os dados são velhos e baseados em conceitos falsos. Só a interpretação é nova", afirma Roy.



Roy questiona o teste feito com as pessoas gêmeas de tempo. Ele diz que os cientistas só analisaram três estágios da vida delas e acusa os cientistas de promoveram campanhas sistemáticas e tendenciosas contra a astrologia
.



A astrologia, segundo o presidente da associação, é a ciência da mente e do espírito, que mostra a lógica não racional do mundo e ajuda as pessoas a se conhecerem melhor.



Um exemplo de aplicação positiva da astrologia na área da política foi pedido a Roy. Ele disse que os signos apontam as características da personalidade do primeiro-ministro britânico Tony Blair e explicam as afinidades dele com o presidente americano George W. Bush.



"Descobri que o Blair tem a Lua em Aquário, coisa de gente muito fechada, auto-suficiente. Ele e o Bush têm o Sol em Câncer, por isso eles são tão amigos e não dão satisfação a ninguém. Fazem sempre o contrário do que o mundo inteiro espera deles", explica Roy.



No Brasil, astrólogos ouvidos pelo Fantástico também não gostaram nem um pouco do estudo. "Eu achei preconceituoso e direcionado para derrubar um saber de 6.000 anos", comenta a astróloga Maria Eugênia de Castro.



"Alguns dos itens incluídos são impossíveis de serem avaliados pelo mapa astrológico, como estado civil, altura, peso, acuidade visual, Q.I. Então é impossível. O mapa não tem essa informação", explica a astróloga Celisa Beranger.



Para discutir o assunto, o Fantástico reuniu a astróloga Celisa Beranger e o astrônomo César Augusto Caretta, PhD pelo Observatório Nacional. Numa coisa, os dois concordam: a astrologia não é bola de cristal. Não é capaz de prever o futuro de ninguém.



"As posições dos astros no nascimento indicam tendências de personalidade. Porém a astrologia não atua com determinismo, e sim com livre arbítrio", explica Celisa.



"Eu achei interessante sua colocação porque eu realmente sou uma dessas pessoas que não conhece tão bem astrologia e o conceito geral por aí é de que a astrologia tem essa coisa de bola de cristal, de fazer as previsões", comenta Caretta.



Do que a astrologia é capaz, afinal? Segundo Celisa Beranger, a astrologia é um saber simbólico: faz associações entre movimentos celestes e eventos terrestres, e as interpreta como quer. Um exemplo: "Qual o significado quando Marte se aproxima da Terra? Ele tem um significado: Marte é o Deus da Guerra. A sua analogia é de beligerância ou de belicosidade", explica Celisa.



Esse tipo de associação é questionável, na visão dos astrônomos. "Na verdade, o fato de Marte ser associado ao Deus da Guerra e ter esse nome está diretamente relacionado com o fato de ele ser um planeta vermelho. E o fato de ele ser um planeta vermelho não tem absolutamente nada a ver com guerra", analisa Caretta.



O Fantástico decidiu repetir a experiência feita em Londres, mas em proporções bem menores. Pedimos à astróloga Maria Eugênia de Castro que fizesse os mapas astrais de Lia e Liane Neidert, gêmeas que nasceram exatamente no dia e na hora em que o Fantástico estreou: 5 de agosto de 1973.



Elas têm mapas quase idênticos, mas são pessoas bem diferentes. "Eu já sou mais explosiva, mais de fazer as coisas primeiro e depois pensar. Ela, não", conta Lia.



"Eu sou mais quieta, mais tímida, penso bem antes de fazer qualquer coisa", complementa Liane.



Maria Eugênia não quis falar muito sobre as gêmeas, porque diz que leitura de mapa só funciona pessoalmente. "O Sol está na sexta casa, que indica pessoas que gostam de trabalhar, ou são muito ocupadas, ou estão sempre procurando alguma coisa para fazer", afirma a astróloga.



"Eu gosto muito de ficar em casa. Meu cantinho é tudo pra mim", diz Liane. "Já eu pago pra não ficar em casa", conta Lia.



De brincadeira, a equipe do Fantástico pediu à astróloga que fizesse o mapa de um certo "Fernando". Ela que nos desculpe, mas "Fernando" foi o codinome que demos ao Fantástico, nascido às 20h, em 5 de agosto de 1973. O que diz o mapa?



"Ele tem o Sol em Leão na quinta casa. Então isso traz uma condição de mais brilho, de aproveitar. Pode ir para uma carreira artística. A pessoa pode ter alguma arte, gostar também do lazer, do prazer, do esporte, dos jogos. E namorar, namorar, namorar bastante", diz Maria Eugênia.

Ou seja, interesses bem variados. A cara do Fantástico.

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Roy Gillet acusa os cientistas de promoveram campanhas sistemáticas e tendenciosas contra a astrologia.

Eu acho quarenta e cinco anos de monitoramento da vida de duas mil pessoas com cuidadosas análises de cerca de cem características não pode ser classificado como campanha tendenciosa. O objetivo da ciência não parece ser desmascarar ninguém, mas descobrir quem tem ou não razão.



"Eu achei preconceituoso e direcionado para derrubar um saber de 6.000 anos”, comenta a astróloga Maria Eugênia de Castro. MAS esse chamado “saber de 6.000 anos” é muito fantasioso, como exemplificado com o caso de Marte:



O vermelho de Marte não é sangue, mas sim muito óxido de ferro. O que isso tem a ver com guerra?



O meu irmão do signo de Leão sempre foi uma pessoa forte, corajosa e se saía bem em tudo, como se diz do signo de leão. Mas conheci um leonino que era tão medroso, que um dia tropeçou numa cobra e estava bastante mal; só melhorou rapidamente, após feita a verificação de que o arranhão que havia no seu pé não era do dente da cobra, mas de uma ponta de pau em que ele havia passado o pé.



Veja também OS FUNDAMENTOS DA ASTROLOGIA.









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