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Artigos-->FRUSTADOS SONHOS DE INDEPENDÊNCIA -- 28/08/2003 - 00:16 (medeiros braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FRUSTADOS SONHOS DE INDEPENDÊNCIA



O FMI acaba de anunciar a redução da taxa de crescimento econômico de 2,8% previstos, para 2,0%. É triste a gente ler uma noticia dessa às vésperas das comemorações da Independência do Brasil. Onde é que nós estamos?... que país é esse?... que somos nós? Será que somos um punhado de Jeca Tatu onde todo dever cívico se resume em balançar com a cabeça, afirmativamente, para o governo?



Isso não deixa de ser uma grande frustação para todos nós que pensávamos em participar ativamente das festividades do dia 7. Como se sabe, toda comemoração da nossa independência não passa de um grande embuste. Depois daquela história do dia do fico, D. Pedro desembainhou a sua magestosa espada e gritou: independência ou morte!



Toda criança sabe disso. O aparelho ideológico do estado fez a sua parte, qual seja, educar a população para as suas conveniências. E o fez com muita competência. É tanto que a maioria dos cidadãos não sabe que a independência do Brasil foi uma concessão estratégica de D. João VI que emprestou os seus anéis para não perder os dedos.



Nós sabemos que com a avassaladora invasão napoleônica em Portugal, D. João VI foi obrigado a se refugiar no nosso país até que as coisas se acalmassem. Em aqui chegando ele teve a oportunidade de conhecer a vida dos brasileiros nos aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos, principalmente. Os ideais de Tiradentes estavam vivos na alma do povo. A população se organizava não apenas para exigir a independência, mas, sobretudo, para participar do movimento de soberania e gestão do país.



Inclusive, já havia uma proposta de proclamação da república. Diante disso, D. João VI chamou o seu filho e o autorizou: filho, se é do país cair nas mãos de algum aventureiro, tens toda liberdade para proclamar a sua independência. Aventureiro no conceito do rei, era qualquer brasileiro que viesse a ser o seu governante. Independência de verdade, portanto, é uma grande inverdade.



Hoje, depois de quase dois séculos de festinhas de independência, quando pensávamos em comemorar com Lula no poder a nossa verdadeira soberania, vem o FMI e, taxativamente, define, ou melhor, redefine: o crescimento do PIB brasileiro não mais será de 2,8% para este ano, mas, de 2%.



Ora, se a determinação do superávit primário nos surpreendeu, imagine-se o tamanho da indignação que tomou conta do povo brasileiro com a ingerência explícita de organismos internacionais. Aliás, além da intromissão indevida, há uma contradição gritante: a taxa de juro declinou para a economia crescer, gerar emprego e renda, e do outro lado o FMI estabelece o contrário, a redução do crescimento econômico.



Fazer o quê, então? Apenas se lamentar?... choramingar a um canto de sala?... jamais! Há um provérbio que diz: “É preferível acender uma vela do que maldizer a escuridão.” Portanto, o que nós temos mesmo que fazer, é lutar. Não há outra forma. A saída está com o povo. É se organizar, conscientizar-se e recomeçar tudo de novo. Quem sabe se na próxima tentativa não haveremos de atrelar os nossos sonhos à estrela do porvir!!!



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