29 – O senhor costuma dizer que as manifestações parapsicológicas não devem ser fomentadas ou desenvolvidas, mas curadas. Esse posicionamento não encontra respaldo em todas as teorias parapsicológicas já desenvolvidas. Existem linhas de estudo, que inclusive pensam o contrário: que as faculdades são uma evolução natural do ser humano e devem ser estimuladas. O senhor não acha perigoso tentar conter uma capacidade mental que pode ser inerente ao ser humano?
PADRE QUEVEDO – O Congresso Internacional de Parapsicologia, realizado na Europa em 1953, proibiu fomentar esses fenômenos. O Dr. Tart comprovou que as brincadeiras com o baralho Zener, que se faziam na Duke University, podem causar lesões cerebrais que não se curam nunca. Cada vez que se fala de uma casa mal-assombrada, de pirogênese, logo surge uma epidemia de casos. Faríamos um mundo de loucos, de hiper-nervosos, porque ninguém manifesta um fenômeno parapsicológico em estado normal, só em estado alterado de consciência. Telepatia, por exemplo, todo mundo tem alguma vez. Mas uma casa mal-assombrada, uma levitação, uma transfiguração, uma pirogênese, uma autocombustão, são desequilíbrios. Plenamente normal, equilibrado, ninguém manifesta sequer uma telepatia, que é o fenômeno mais vulgar. O estado alterado poderá ser uma emoção, um sonho, o barulho dos atabaques, que causa uma disritmia cerebral, ácido lisérgico, peyote mexicano, cânhamo índico, mescalina, contágio psíquico, morte aparente, uma febre alta. Por outro lado, isso surge do inconsciente e o consciente não reconhece como próprio. Assim, há a necessidade de atribuir algo a alguém, e a pessoa pensa que tem poderes divinos de: espíritos, exus, orixás, fadas, ondinas, salamandras, larvas astrais, gênios, mahatmas; interpretações delirantes que levam à dupla personalidade. Um instituto que promete fomentar os fenômenos parapsicológicos vai atrair muito, vai estar cheio de seguidores, mas não é científico. Os fenômenos devem ser curados.