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Artigos-->Um tempo para mim -- 01/09/2003 - 15:22 (Dolores de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sempre bom falar de algo que nos incomoda e até mesmo a pedir desculpas se nos sentimos impotentes perante acontecimentos que poderiam ter sido evitados. Contudo, não vejo necessidade de ficar falando de um assunto que aborrece e não venha a acrescentar muito.

Idéias ficam em nossa mente, a razão fala mais alto, buscando argumentos para explicar nossos atos, palavras, até mesmo desmerecer importância que damos a tudo e a todos que nos querem bem e são queridos por nós. Entra em cena nesse momento o amor-próprio, egoísmo, impaciência, intolerância. Não queremos ouvir e disparamos nossa metralhadora. Cada bala sai em forma de agressão, de uma atitude não condizente com o habitual, provocando uma marca, um estranhamento e a distância se instaura.

Ouvindo música, meus pensamentos desordenados, o céu nublado, a vida lá fora passando e eu, quieta, por dentro confusa, à flor da pele, me perguntando: Meu Deus, será que a loucura começa assim? Pensamos cada coisa quando em crise...

Passamos por processos e eles são dolorosos para mim, mas ao mesmo tempo são eles que me ensinam a deixar a arrogância de lado, a consciência de que não sei de nada, derrubam conceitos. Quando me sinto a dona da sensatez, da razão e me deparo comigo mesma é hora de me recolher, como quem procura um abrigo em meio à tempestade. Revejo meus conceitos, confirmo a teoria da relatividade, busco a minha capacidade de entender, de me reciclar, tirar o pó. Preciso buscar pistas, valores que ficaram lá atrás para que possa seguir em frente, para me aceitar, me entender, melhorar como mulher, como ser humano mais tolerante. Porque tenho eu ouvir o que me corpo está me dizendo. Preciso ser alma quando sou apenas confusão, viver um tempo para mim.

E as pistas estavam sempre lá - nas conversas, na brisa do mar, nos meus olhos no horizonte, na saudade de quem me é querido, das pessoas que se foram, no carinho de quem está ao meu lado, no silêncio dentro de mim, na fé, na esperança, essa teimosia em não desistir de mim, em viver resgates e mais regates de mim mesma.

Ao tomar meu banho, joguei fora tudo o que estava me chateando ralo abaixo. A chuva veio, junto, celebrar comigo e o aperto começa a afrouxar. Encontro uma pessoa, mágica, bonita, com uma luz, sabe... Começa a cantar para mim, pedindo para prestar atenção na letra. Foi um toque providencial, pois meus sentidos estavam alertas, ligados no espiritual.

Saí, fui olhar a vida pulsando lá fora. Observava pessoas, entreguei ao mar tudo que me chateava, brindei a vida, sorri para todos. Caminhei a passos largos, saltitantes, porque se minha fé esteve abalada, a minha essência, meu Eu superior sempre esteve comigo. É revigorante, é gratificante o sorriso que brota depois dessa limpeza. Sou privilegiada porque anjos sempre me aparecem me levando força, a crença de que não estamos sós. A fé, a esperança, a minha alegria, minha capacidade de levar prazer, paz e harmonia estão intactas.

Às vezes o amor sai de foco, não faz mal, não tenho pressa.

Reverencio a todos que de alguma forma me levam ao processo de aprender, mesmo que me magoem, eu magoe também. Reverencio essa vida que pulsa dentro de mim. Reverencio minhas crises, minhas neuras para que possa crescer. Reverencio o tempo que me é dado para tentar, para amar, tentando sempre. Estou aqui, nem pior nem melhor que ninguém, estou aqui. Carne, coração, alma, nervos, sangue e muita, mas muita vontade de viver. Apenas não quero ter de ficar amarga, quero ser simples. Cada vez mais.

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