Ainda não oficializada, a compra e venda de carbono está mexendo com muitas empresas brasileiras, pois poderão aumentar suas receitas e melhorar o ambiente. Elas se preparam para participar de um mercado que pode movimentar só no Brasil US$ 300 milhões por ano, de um total estimado de US$ 3 bilhões a US$ 10 bilhões anuais no mundo todo.
Investindo nesses projetos, as empresas ganham o equivalente a cotas de carbono que elas podem continuar a liberar na atmosfera. Essas cotas são chamadas “créditos de carbono”. Essa espécie de “direito de poluir”, está aguardando para entrar em vigor e estava previsto sua aprovação para Agosto, através da assinatura do Protocolo de Quioto, que estipula que os países industrializados terão que reduzir em 5,2% suas emissões no período de 2008 a 2012.
O Brasil será um dos grandes beneficiados com a criação deste mercado mundial com algo que parece absurdo: a poluição atmosférica. A compra e venda desse “produto” – ou seja, o direito de uma nação desenvolvida de poluir o ar em troca de investimentos em energia limpa no Terceiro Mundo. Intitulado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O sistema criado em 1997, aguarda no nascedouro.
Seu funcionamento é simples: uma empresa poluente que libera na atmosfera grandes quantidades de gás carbônico – um dos agravadores do efeito estufa – pode continuar a poluir se entrar no chamado “comércio”. Ou seja, ELA PAGA PARA QUE UMA EMPRESA DE UM PAÍS EM DESENVOLVIMENTO, como o Brasil, DIMINUA EM SEU LUGAR, AS EMISSÕES DE CO2 por meio de projetos ambientais.
Estes projetos foram criados para estimular a produção de energia limpa, como a solar e a gerada a partir da biomassa, e os que removam carbono da atmosfera. Nesse campo, chamado “seqüestro de carbono”, os principais planos consistem no replantio de florestas que, ao crescer, absorvam CO2, do ar.
O Brasil tem condições de atrair investimentos pois tem um mercado de capitais sólidos, território e clima para absorção de tecnologias. Possui vantagens em relação aos seus principais rivais: A Índia e a China.
Partindo do principio que o “comércio” só trará benefícios e ainda por cima será um ótimo negócio financeiro para todos, incluindo a salvação do nosso ecossistema, não dá para entender os motivos da protelação da assinatura do Protocolo já que é um benefício extensivo à todos.
As assinaturas para aprovação do projeto, não são suficientes para que comecemos a beneficiar-nos dessa vantagem competitiva. Se a Rússia, dona de 18% das emissões, assinar o documento, teremos como reivindicar as sanções aos membros que infringem a regulamentação.
É tudo tão simples...Por que ninguém presta atenção ao meio-ambiente pedindo socorro?