Por vezes sentamo-nos a frente de um computador, mas a inspiração não vêm. Isso pode acontecer a qualquer um, em qualquer profissão. Mas nessa profissão das artes isso dói profundamente na alma.
Criar é a nossa missão. Estamos sempre procurando uma forma nova, uma métrica correta, uma frase cabível, mas é duro quando ela não está disponível naquele momento. Mata-nos o mede de amanhã não ter sobre o que escrever, de não ter como escrever o que se tem. Aí é que o escritor deve mostrar a si mesmo que é mais que a regra. Transgredir a impossibilidade e criar.
“que tédio..." passaria a ser o ponto de início de tudo. O Big Bang do ato criador. Mas escrever sobre o tédio é tão batido quando escrever sobre sexo, naturalidades ou até mesmo o amor, há de se procurar a forma exata para não banalizarmos um assunto já tão banal.
ah!
T
**É
****D
******I
********O
adio-te por que?
ou
T u _y_ y o
T é d i o
T e m d i a
T e n d e _ a
D o e n t i a
P o e s i a
T a r d a
V a z a
a zia
Mostrando que de um momento vazio podemos tirar a poesia, como a autora mostrou tão bem.
Tira-se do texto de ACERRA (2000), um completo vazio que a autora pode demonstrar com o vazio da tela onde se projeta o verso.
Parece-me que o ato criador foi tortuoso e doloroso, de tal maneira a demonstrar uma desistência dramática (como uma luta entre vida e morte). Mostrando uma derrota destruidora do emissor da mensagem.
O texto de ACERRA (2000) demonstra a eterna luta do escritor com os momentos de "branco" na inspiração.