O nome Nelson nos faz lembrar, por exemplo, o general inglês vencedor de Napoleão Bonaparte, na Batalha de Waterloo; o Nelson Rockfeller, maior fortuna do mundo, no seu tempo(hoje dizem que é a do Bill Gates); o Nelson Rodrigues, das famosas crônicas "A vida como ela é"; o Nelson da Capetinga (nome artístico, no caso), figura "cornélia" da Zorra Total, etc.
Mas, ontem, fugindo ao hábito de recolher-me ao leito, o mais tardar, à meia-noite, continuei com a tevê ligada depois do Jornal da Globo, porquê o Jô Soares apareceu anunciando entrevista com um médico que falaria sobre o sono(que, aliás não acompanhei!). Então, vi um grupo de artistas de Israel, formado por talentos de várias nacionalidades, inclusive uma brasileira e um brasileiro, e fez pensar que é melhor fazer arte do que guerra...
Em seguida foi chamado ao palco do Programa do Jô o genial Nelson Cavaquinho, um alagoano de 58 anos, que foi cortador de cana desde a infância e só aos 54 anos de idade - tem 4 anos de carreira artística! - começou o seu trabalho artesanal( com um facão e um serrote velho), de fazer cavaquinho, de preferência, de madeira do fruta-pão. Inclusive, ele ofereceu um exemplar do seu instrumento musical ao apresentador, que, como artista versátil que é, tirou alguns acordes e recebeu aplausos da platéia; seguindo-se a apresentação por Mestre Nelson de uma música que ele fez para o Jô e de Aza Branca, de Luiz Gonzaga, que o teria inspirado a optar pela atividade musical, ao invés de continuar a cortar cana..., tendo sido muito aclamado por todos os presentes, a começar pelo Jô!
O que acontece é que Mestre Nelson é um artista nato e só descobriu a sua vocação depois dos cinquenta nos de idade; e nos leva a pensar no padre Antônio Vieira, o maior orador sacro da História do Brasil, o qual, só depois do famoso "estalo", aos 33 anos, começou sua brilhante carreira! Só que Mestre Nelson demorou mais para receber o "estalo": aos 54 anos começou a "fabricar" seus "stradivarius" e se tornou, ele próprio, um grande músico - um fenômeno"