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Artigos-->Novos termos -- 18/09/2003 - 12:02 (Christina Cabral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NOVOS TERMOS



As palavras entram em moda conforme a época. Num momento de insegurança, por medo, por ânsia de aproveitar a vida – enquanto existe vida! - por ânsia em se firmar ou protestar, vivemos um desacerto social, mental e moral: “o fazer”, “o discurso”,o “se identificar”, na “mídia”, dos que buscam a liberdade. E “liberdade” passou a ser sinônimo de agressão e de “irreverência”. Tem-se a liberdade de agredir, “doa a quem doer”. O importante é “encontrar-se” e fazer valer a sua vontade – os outros que se danem. As famílias se desagregam porque o sexo deve ser “explícito”, convidativo, insinuante, e primordial.



Não valem mais o respeito, o brio, a retidão, a admiração como embasamento do amor; só o que importa é a satisfação sexual. Confunde-se sexo violento, desenfreado, vicioso, com o amor. São animais em coito, buscando formas, lugares, lupanares, onde as moças de famílias íntegras se prostituem, em nome da “liberdade sexual”. Vão se degradando, passando de mão em mão, na busca de um homem viril “até de baixo d’água”. Vem o cansaço, mas fica o vício.



Os filhos passaram a ser acidentes e pesos a serem carregados, estorvos para as noitadas. Se os “velhos pais retrógrados” sofrem, se os filhos abandonados sofrem, que importa?



O lar, a família, os planos, os sonhos, se vão por água abaixo, porque “cansei, estou sexualmente insatisfeita”. Hoje em dia há modelos, retratos, “discursos” sobre deformações sexuais que, juram os meios de comunicação, serem o ápice dos prazeres. O orgasmo – palavra tão em moda – quente, amoroso, gostoso, deverá explodir, ou melhor, implodir e arrasar a estrutura física, de acordo com as instruções. O nosso amor, dos bem-casados, é ridicularizado como “amor a lá papai e mamãe”. Não se beija: come-se. Não se reserva em respeito e carinho, os chamegos, os jogos de amor: não, bolina-se em qualquer lugar, ante qualquer platéia, porque, o que importa, é provar o “quanto se amam e são amados”. É imperioso exibir-se, mostrar o fogo em que se está queimando. Com a maior desfaçatez, os casais fazem fila nas portas dos motéis, esperando a sua vez, como na ante-sala do dentista. Fogo de amor? Fogo fátuo, destinado à falta de oxigênio e à sua extinção.



Mas o problema não é o acender ou não fogos íntimos, desagregar famílias, desonrar os pais e os esposos. O problema está no futuro, quando não se é mais jovem, quando se perdeu os atrativos, mas continua-se com o vício. A família já podou o ramo estragado, como qualquer árvore o estrangula. O problema é a solidão, o espelho, a frustração, a inveja, e a dependência de drogas “aliviadoras das tensões”.



A Natureza, quando agredida, sabe agredir, e como! A princípio era a sífilis, hoje a AIDS, amanhã talvez a repetição de Sodoma e Gomorra, num golpe de misericórdia!



É preciso restaurar os lares como a estrutura máxima da Sociedade, e o amor-respeito, o amor-doação, o amor-admiração, como o seu embasamento, o seu fabuloso alicerce.



Que os casais jovens meditem sobre isto para se proteger. Que os comunicadores assumam a responsabilidade que têm, mesmo que isto represente “perda de ibope”.









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