993300>A critica que bem conhece cantos, recantos e meandros por onde passa anualmente a atribuíção dos diversos prémios Nobel, sem dúvida os melhores e mais conceituados do extra conclave inteligente, considera que a eleita da Paz, Shirin Ebadi, arruinou as previsões dos pesquisadores de ouvido e olho que sondam o imaginário antes das decisões, espécie de bruxos disfarçados de proeminentes camafeus de vidência antecipada.
A mulher muçulmana vê-se pois pela primeira vez citada no altar do mundo, elevada pelos deuses da guerra a símbolo da paz, sendo o undécimo elemento feminino a ocupar o trono entre "oitenta e quê" vikings universais, profusão de machos impantes que, apesar de tanto esforçado mérito, ainda não conseguiram afastar para bem longe a dama da bandeira negra.
A iraniana Ebadi, de 56 anos, advogada e activista dos direitos humanos, foi também a primeira mulher a tomar um cargo, em 1974, de juiz nos principais tribunais de Teerão. Teve porém de resignar, após a revolução islâmica, cinco anos mais tarde. Desde então luta pela defesa e promoção dos direitos das mulheres e das crianças no seio de uma sociedade muçulmana ultraconservadora, dando paralelamente assistência jurídica a pessoas perseguidas, apesar de ser constantemente ameaçada e intimidada pelas suas actividades.
Shirin, além da influência política que exerce, é também escritora, investigadora e professora universitária.
Shirin Ebadi... O mundo daqui
D acolá e d além... Com a paz que tem
E nunca conserva... Deu-te pela guerra
O prémio maior... Goza-o com amor... E em paz!
António Torre da Guia
PS = Após cerca de duas horas sobre a inserção deste texto, ao relê-lo, constatei que tinha escrito ""defesa" com "z". Porque diacho cometi eu tal lapso no momento do improviso em directo?... Quiçá porque o conteúdo explícito seja daqueles que solocita o impulso do "zás..." mundo, basta de "tanta pomba decepada"...
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