Estou resenhando "A Indústria Cultural" de Theodor Adorno. Adorno está para a teoria da comunicação, assim como, Jung está para a psicanálise. Jung romantizou a coisa. Acreditava em Deus, alma, inconsciente coletivo, etc. Era um místico. Adorno era um crítico ferrenho dos iluministas.Estes, racionalizaram demais, sistematizaram demais. Deram base à cultura industrializada que estava por vir. Para Adorno, na sociedade capitalista não há "o indivíduo". Existe o indivíduo no sentido massificado. As pessoas não pensam por si mesmas. São como os carros de Henry Ford produzidos em série. A arte é tratada como produto de consumo. Compre, use, jogue fora. Os indivíduos não são instigados a pensar, refletir e criticar. O objetivo é satisfazê-los e fazê-los voltarem a comprar o produto novamente. A indústria dá prazer ao indivíduo para fazê-lo voltar a trabalhar no dia seguinte com mais motivação para produzir. Depois de ler Adorno cheguei a formular as seguintes questões: Será que temos vontade própria? Somos livres? Somos autênticos? Nós, espíritos elevados e críticos, será que queremos a cura da massa doente? Se ela se curasse será que não seríamos todos iguais? O que é arte genuína? A arte xamânica, tribal, primitiva? E a arte produzida na favela? Podemos ganhar dinheiro com arte? Deveríamos voltar ao escambo?
Dizer que "ganhar dinheiro é bobagem" é ultra, ultra romântico. Neste mundo louco acho que a única razão de nós vivermos é deixar a nossa marca, a nossa individualidade. Tá bom vocês já ouviram isto antes. Mas, a principal motivação não pode ser dinheiro.
O que não gostei em Adorno foi eh... eh.... Bem, ele é um cara muito legal, mas não propõe soluções. Acho que neste ponto Bertrand Russel leva vantagem. Paradoxalmente, a principal razão de Adorno existir é a existência deste mundo doente.