Semanalmente, estaremos publicando pequenos artigos que visam mostrar um pouco da escrita poética feminina no cenário nacional e mundial.
Pretendemos, tão somente, falar da emoção de nossas descobertas literárias ao nos depararmos com a vasta produção feminina na construção de uma identidade poética.
É antes de tudo, uma gota de perfume que permitirá ao leitor curioso, buscar outras essências, a partir da publicação destes textos.
Florbela Espanca
Florbela d’Alma da Conceição Espanca nasceu no Alentejo, em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894, filha de Antônia da Conceição Lobo e João Maria Espanca.
Estudou em Évora, onde concluiu o curso do Liceu em 1917. Em 1919 vai estudar em Lisboa, frequentando a Faculdade de Direito.
Casa-se a primeira vez em 08 de dezembro de 1913 com Alberto Moutinho. A relação resulta em separação. Em1921, casa-se com Antônio Guimarães, um oficial da Guarda Nacional Republicana. Mais uma vez, Florbela desencontra-se do amor desejado e a relação finda. Em1925, casa-se com Mário Lage e, o ideal de felicidade sempre sonhado pela poetisa mais uma vez é adiado.
Segundo António José Saraiva e Oscar Lopes na História da Literatura Portuguesa, Florbela Espanca estimula e antecede o "movimento de emancipação literária da mulher" que romperá "a frustração não só feminina como masculina, das nossas opressivas tradições patriarcais...." A permanente angústia, no que diz respeito ao sentido de sua vida, é uma marcante em toda sua obra. A morte do irmão Apeles em 1927 – por quem tinha um excessivo apego - , num acidente aéreo, contribui ainda mais para a fotografia angustiada de suas composições. Seus versos de uma intensidade lírica e profundo erotismo, revelam os anseios de um coração sempre a pulsar por um amor impossível. O “EU” poético é sempre exposto em seus sonetos.
Ignorada pela crítica da sua época, mantinha um atitude ora indiferente, ora desdenhosa pelo fato de não encontrar editoras para publicar seus livros.
Em 7 de Dezembro de 1930 em Matosinhos, aos 36 anos, Florbela Espanca põe fim a sua vida.
& 61656; Produção Literária:
& 61608; 1919 - Livro de Mágoas.
& 61608; 1923 - Publica o Livro de Soror Saudade.
& 61608; 1931 - Edição póstuma de Charneca em Flor, Reliquiae e Juvenilia e ainda das Coletâneas de contos Dominó Negro e Máscara do Destino, além da reedição dos dois primeiros livros editados.