O significado das palavras estará, sempre, relacionado ao contexto lingüístico em que são inseridas.
E, via de regra, nunca se deve analisar a compreensão de um vocábulo isoladamente, ou seja, fora de um contexto determinado.
Consideremos o “signo lingüístico” – combinação de conceito e palavra –; diz-se, por exemplo:
“Estou com dor de cabeça”, o vocábulo “cabeça” está em seu sentido denotativo, isto é, comum: cabeça é a parte superior do corpo.
Mas, essa mesma palavra pode ser usada em um outro contexto: “Bin Laden foi o cabeça do atentado às Torres Gêmeas”. Ou, ainda: “Não tenho cabeça para decidir tal situação...”
Percebe-se que o signo lingüístico acomoda-se ao contexto, ampliando, e modificando, seu significado primeiro, dentro de uma linha semântica, determinada pela compreensão e análise daquele que lê.
Se as palavras fossem tomadas, sempre, no seu sentido literal, seria uma verdadeira tragédia e a “riqueza lingüística” que nos dá a chance de expressar a nossa criatividade literária, dentro de um estilo próprio, subjetivo, deixaria de existir.
E o idioma seria, apenas, um recado inexpressivo e árido de informações referenciais. Não haveria poesia e a exteriorização dos sentimentos, através de imagens sensoriais, que permitem a “pluralidade do signo lingüístico”.
A inspiração ficaria nula, adormecida, no coração do “artista da palavra”, sem meios para transcender além de um pobre e objetivo significado, paralisado, mudo e triste, como um rio cuja poluição tornou suas águas densas, fétidas, inabitáveis...