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Artigos-->AS ELEIÇÕES AMERICANAS -- 19/02/2004 - 23:28 (José J Serpa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A corrida à Casa Branca está longe de entrar na refrega final. Mas já se vêem os estandartes das duas hostes. Dum lado flutua a bandeira do MEDO na mão de Bush, escarranchado no obeso e pachorrento elefante republicano. Do outro, é o estandarte da INDIGNAÇÃO, na mão de Kerry que se agarra de unhas e dentes às crinas da irrequieta mula democrática.

O resultado final da contenda só se saberá em Novembro, claro, mas até lá vamos assistir a muita manobra. Duelos... insinuações, revelações, boatos, um nunca mais acabar de truques eleitorais em que os políticos americanos são exímios. O que não vai mudar possivelmente são os guiões, e a vitória contemplará aquele brandir melhor o seu.

Do lado republicano, Bush já esboçou o lema da campanha. Em recente entrevista no programa Meet the Press, Bush arvorou o estandarte do medo, definindo-se com presidente em estado de guerra, e guerra contra o terrorismo internacional, uma guerra sem fim, mal definida, ambígua.. De todas as emoções que podem galvanizar o eleitorado americano, esta é sem dúvida a mais forte. E George Bush tem já longa experiência em sacudir a sociedade americana com o espectro do medo. O sistema de alertas instituido depois da tragédia do 11 de Setembro já foi manipulado muitas vezes pela administração Bush e neste momento assiste-se a um esforço em Washington para o tornar ainda mais eficiente.

Os eleitores americanos, talvez mais do que quaisquer outros, votam a sua identidade e as suas emoções. Para George Bush vai ser muito fácil galvanizar uma enorme porção do eleitorado sob a bandeira do medo, que ele levanta tão alto.

Kerry, por outro lado, e admitindo que ele ganha a nomeação em Junho, não parece tão eficiente como porta-bandeira dos democratas.

Para já, embora o ressentimento público contra a administração Bush assuma proporções de verdadeira indignação, o certo é que não foi Kerry que deu expressão a essa emoção, foi Howard Dean, o candidato que acaba de abandonar a corrida à presidência. Foi Howard Dean quem primeiro se insurgiu contra a guerra no Iraque e contra a maneira como o Presidente manipulou a opinião pública para justificar o ataque. Foi ele quem primeiro gritou aos quatro ventos, indignadamente, a injustiça das reduções na carga fiscal para a classe rica, o enorme déficit nacional, a erosão das liberdades cívicas... Foi Dean que arrastou atrás de si multidões de jovens que pela primeira vez se interessaram pelo estado deplorável em que se encontra a democracia deste país.

A Bandeira da indignação popular contra a administração, recebeu-a Kerry das mãos de Dean. Não há dúvida que é uma emoção muito forte partilhada pela maioria do eleitorado, mas a voz de Kerry não tem o dinamismo, a penetração social da de Dean.

Os americanos votam a sua identidade e as suas emoções. Bush vai dar tudo por tudo para que a maioria se identifique com ele e com o MEDO do terrorismo islâmico. Esperemos que Kerry seja capaz de utilizar a INDIGNAÇÃO como catalisador da vontade da maioria democrática, para aposentar Bush no seu rancho do Texas.



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