Tratamo-nos por Irmãos. Tratamento que deveria ser levado a sério pelo "seu Neto, o grão mestre que não é sereníssimo. Pode um Maçom, grão mestre, impor seu espírito profano, de ódio, de inimizade e de rivalidade onde todos deveriam ser nivelados pelos sentimentos de Fraternidade? Os princípios maçônicos nos ensinam que não! Ou tais princípios são balelas?
A Maçonaria praticada na Grande Loja Maçônica do Ceará-Glomec, deveria ser fundada no AMOR FRATERNAL, não impondo limites à investigação da VERDADE, garantindo a todos a LIBERDADE e exigindo de todos a maior TOLERÂNCIA. Deveria combater a ignorância em todas as suas modalidades, constituir-se numa escola e poderia ter como programa a obediência às leis democráticas do País, a prática da justiça, o amor ao próximo e, principalmente, a pratica da solidariedade maçônica, nas causas justas. Poderia criar instrumentos para fortalecer os laços de FRATERNIDADE. Por que não faz?
O Mosaico traz um recado glomequiano, sob a penosa orientação do Irmão Pena. O gosto pela saudável desobediência nos leva a responder, com a nossa pena, uma plumosa reflexão. De plano, devemos dizer ao Irmão Pena que devemos trabalhar o parte e reparte de uma boa intenção. Mesmo entendendo da arte, não precisamos ficar com a melhor parte. Tamanho egoísmo, seria uma pena.
Assim, não é de se estranhar que o Irmão Pena se volte, tal qual o seu grão mestre, contra a confissão de fé na liberdade de expressão, esquecendo-se de um dos conceitos de LIBERDADE, para a Maçonaria - a LIBERDADE INTERIOR - a Liberdade para pensar e discernir, portanto, a Liberdade para atuar. Ou já é crime maçônico aspirar a LIBERDADE?
Irmão Pena, a igualdade maçônica, na Glomec, é desigual. É uma pena! Mesmo como criaturas de Deus, há tratamentos distintos e interessadamente. Mesmo o Irmão Pena sendo desprovido de preconceito quanto a cor, a comunidade maçônica não o é. Onde estão sendo iniciados os nossos Irmãos negros? Quantos negros são Mestres Instalados? Quantos fazem parte da Alta Administração? E do Tribunal Eleitoral Maçônico? Por que so elegemos brancos e amarelos para o Grão Mestrado? Imagine se fossemos preconceituosos!
Aos mandatários da Ordem Maçônica, Irmão Pena, devemos respeito e consideração. Mas eles devem mais que isso à dignidade de seus cargos. A eles, não devemos obediência incondicional, mas todos nós temos a obrigação maçônica de defender a LIBERDADE, a IGUALDADE e a FRATERNIDADE, incondicionalmente! Sem isso, vale a pena?
Irmão Pena e demais penosos: na nossa Iniciação, não juramos subserviência, mas defender nossos Irmãos em tudo que for justo e necessário; juramos submissão às leis do país, seguir as leis e regulamentos da potência e as decisões e ordens legais e legítimas dos nossos superiores maçônicos. Na Constituição Federal brasileira de 1988, percebe-se esta ligação no artigo 5º, inciso II, que menciona: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei". Por que a GLOMEC, tão fraternalmente, é mestra instalada em desrespeitar nossas Leis? Será que o "seu Neto", como grão mestre, no seu Império do Reino do Nada, está acima da lei? Dá pena, acreditar nisso!
O trabalho do Mestre, Irmão Pena, é de ILUMINAÇÃO DO SER, pesquisando e procurando a VERDADE. A marcha do mestre é uma propagação perene de Luz. É a eterna busca da VERDADE. O Mestre marcha sempre em busca da sua ressurreição individual, em busca do Verdadeiro Homem. Agora, é crime maçônico buscar a VERDADE, Irmão Pena?
É isso que os Mestres do Jornal AmpuIheta têm feito. Todos têm orgulho de ser Maçom, mas não é em todas partes que gozamos da Liberdade necessária para sê-lo. Há lugares onde é perigoso ser Maçom. Na Glomec, é um deles, mesmo que sejamos livres para produzir as críticas e buscar as soluções para os problemas.
No seu discurso de transmissão de cargo, o past-grão Mestre Linhares ensinou ao seu sucessor que "as palavras voam e os escritos ficam". O discípulo não entendeu a lição do Mestre. Incomodado, o imperador do reino do nada, não quer a CRÍTICA, a REFLEXÃO, a VERDADE. Quer uma PENUGEM DE HIPOCRISIA sob nossas cabeças. Os métodos do Ministro Ricupero não deviam ser ensinados na Ordem ^Maçônica!
O Ampulheta, guardando as respeitosas proporções, incomoda, como Opinião e Pasquim incomodaram aos ditadores de outra época.
Irmão Pena, não estamos fugindo do objetivo de renovar o homem interior. Dia, após dia, todos os sacrifícios, todas as dores nos ensinam a vencê-los, na Marcha do Mestre. O progresso maçônico não é fruto da luz da bajulação ou do brilho fugaz dos títulos, mas, principalmente, da desassombrada coragem de mostrar aos Irmãos que grão mestre não é dono de Maçonaria e nem dos recursos do PEMAC. Ou maquiar a contabilidade do PEMAC é um ato de fraternidade?
O Irmão Pena talvez não tenha ouvido falar do agricultor Josias Francisco dos Anjos, preso e processado porque raspou a casca de uma árvore chamada almesca. Dela, usava a casca para fazer chá para a mulher Erotildes, portadora da doença de chagas.
A hipocrisia, tanto faz na terra, como no céu maçônico.
Na terra, prendem o pobre Josias por raspar a casca de uma árvore, mas deixam livres todos os que raspam os cofres públicos, tudo sem o mínimo de indignação da ordem maçônica. Ou os fatos sociais não mais dizem respeito à Maçonaria?
No paraíso maçônico, onde o irmão pena tem um lugar privilegiado, a doença é de muitas chagas. Uma delas, atingiu o Irmão Paulo de Tarso Campos Ferreira, autor da INCONTESTÁVEL "A VERDADE DOS FATOS E A VERDADEIRA FACE DE UM HOMEM". Vitimado pela indignidade, pelo sentimento de vingança e de represália do tirano que se diz Gestor da Fraternidade. Com um castigo inútil, negou por oito longos meses o inquestionável direito de Paulo Ferreira ser Instalado no Trono de Salomão, sob a risível acusação de enviar correspondência sem autorização da Glomec. Onde você estava, Irmão Pena, que silenciou com tamanha imoralidade?
Irmão Pena, sabe quantas cartas o Irmão Francisco de Assis Campos Aires fez ao grão mestre da Glomec, narrando seu precário estado de saúde? Sabe quanto de mácula ficou para a Ordem a publicação na imprensa profana sobre o comportamento do venerável da Loja DEUS E CAMOCIM? Sabe quanto de abandono foi feito ao Irmão Manoel de Paula Ramos?
Irmão Pena, seu silêncio sobre a raspagem das almescas e as chagas que afligem o coração da FRATERNIDADE tem contribuído com o autoritarismo do "seu Neto", o grão mestre da parcialidade. É uma pena!