993300>Quando me dizem que Portugal está, em relação aos EUA, atrasado meio-século, dá-me vontade de vomitar saliva... É que se me depara a imediata sensação de que o Al Capone está quase a chegar a Lisboa. Como virá ele?... Que espécie de artefacto utilizará para nos transmitir o avanço de suas "benesses"?... Ou... Se deveras o atraso é de 50 anos - ó santinho de meu nome - o bicharoco já por cá anda disfarçado há bastante tempo...
Estava algures, na gare de Atocha em Madrid, uma mulher triste com uma criancinha alegre ao colo. Num ápice, da mãe e do filho restam apenas pedaços mortais. Estão ambos muitíssimo bem: nem uma está triste... Nem o outro está alegre... Eu... Eu, sim... Eu, apanhado de surpresa na naturalidade de meu pachorrento quotidiano, eu é que caí em profunda tristeza...
Neste momento uma onda de pânico acoberta todos os cidadãos espanhóis e quem da trágica ocorrência vai tomando conhecimento: assassínio em massa, arma extrema contra os que de forçado sorriso no rosto têm o descaro de cada vez mais ditarem a escravatura hodierna da humanidade.
Do lapso "homo sapiens" resulta que as vítimas vão sendo sempre as mesmas: os inocentes. Os autênticos culpados sobrevivem e bem... Faustosamente... Historicamente... Até que surja um deus humano que logre limpar a merda toda até a merda voltar outra vez. Ao imparável ciclo, os sapientes impositivos, designam-no de progresso... Civilização...
O atraso... É horrível... Ó Espanha!... O avanço é pior. Porque não se decide parar um pouco para viver naturalmente... Homem... Mulher... Criança... Cão e Cavalo?...
Estou a escrever em português, idioma que os espanhóis entendem muitíssimo bem: que merda é o progresso civilizante... Apre... Olé touro!... Está quietinho... Lindo menino... Sim?!...
Torre da Guia = Portus Calle
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