O mercado de trabalho anda complicado, mas jornalismo é uma profissão ingrata. Não é só o fato de viver sob pressão que me leva a esta conclusão, qualquer motivo é indicação de corte, de dispensas, de enxugamento nas redações. Comunicação empresarial que poderia ser uma escapatória, também foi dar uma voltinha em Marte e ainda não retornou.
Mexer com informação, com a transmissão de dados é super interessante, foi por isso que fui fazer jornalismo, mas parece que as pessoas não sabem o quanto isso é importante. Já ouvi de outros profissionais que “comunicação é uma coisa supérflua”. Em um mundo globalizado, onde vivemos a base “alimentos” constantes do mercado financeiro, dizer que não existe essa necessidade, parece brincadeira!
Sabemos que o Brasil vive numa recessão brava e que o desemprego anda batendo a porta de dois milhões de pessoas só na Capital Paulista, entretanto o que mais me choca é saber que existem redações com um número mínimo de profissionais se matando de trabalhar, com uma remuneração que não corresponde ao valor do trabalho.
Você pode dizer que estou sendo egoísta, afinal são milhares de pessoas buscando um lugar ao sol, acredito até que estou sendo um pouco sim. Afinal eu tenho alguns poucos trabalhos free lancer e consigo me equilibrar na corda bamba da vida aos trancos e barrancos. Mas às vezes é preciso dizer às pessoas que é necessário pensar, investir e buscar alternativas. Para quem tem quase dez anos de profissão, é triste ver colegas e amigos próximos sem o que fazer, e pior ainda, se algum jovem fala sobre a vontade de fazer jornalismo, você precisa desencoraja-lo.
Mas tenho fé que as coisas mudem. Mesmo porque tenho sonhos, busco realizações profissionais e pessoais, como casar, ter filhos, coisas que requerem uma certa estabilidade. Estou voltando a deixar alguns trabalhos aqui para retomar uma esperança e ter a certeza de que pelo menos nas linhas da imaginação, meus sonhos se tornam realidade.