Aqui estou eu em Campos do Jordão, participando de mais um evento da magistratura do Trabalho. Pelas palestras que ouvi hoje pela manhã, enfocando a economia solidária, com o crescimento espantoso da informalidade, do desemprego e da migração inegável da fonte das decisões e do comando da vida em sociedade do Estado para o mercado, que é tudo neste mundo nervoso e injusto, percebo o quanto nós teremos que lutar, com as armas da inteligência que possuimos, para criar caminhos alternativos para o quadro da realidade que vivenciamos e com o qual não concordamos, embora reconheçamos o quão pungente ele é no mundo inteiro.
Enquanto escrevo, um serviço de autofalantes propagandeia as vantgens de pertencer, na qualidade de cliente, ao Banco Real.
E fico pensando quais seriam as alternativas para o desemprego, à informalidade, ao mundo antigo que tantos luminares construíram e que parece, qual as casas edificadas nas zonas perigosas dos deslizamentos, sumir nas águas da enchurrada.
Como atrair para a área de proteção do Direito do Trabalho os milhares de cooperados(que deveriam ser, conforme Paul Singer, cooperadores), que se matam no trabalho das falsas cooperativas e não têm nada em termos de proteção: horário compatível com a dignidade do ser humano, lazer nos finais de semana, etc.
São muitas reflexões, são muitas barreiras a transpor até chegarmos a um consenso e a algo positivo e pragmático, uma idéia concreta e factível, uma eficácia inquestionável, uma solução, uma saída.
Em contraposição à economia solidária, fala-se na economia não solidária, conforme Agostinho Marques Neto, aquela defendida pelo neo liberalismo, que termina por sufocar a cidadania e, por via oblíqua, a própria democracia.
Mas, devemos sustentar uma postura otimista e confiar na nossa capacidade de mudar o mundo através das idéias.