TFP é amordaçada, enquanto MST e "esquerda católica" incendeiam o país
Inesperada situação nessa entidade cívica implicará em um desequilíbrio de forças no panorama ideológico do País
Quarta-feira Santa: dissidentes da TFP apossam-se da entidade
Na Quarta-feira da Semana Santa, 7 de abril de 2004, de posse de liminar do juiz auxiliar da 3a. Vara Cível de São Paulo, um grupo de dissidentes da TFP - Tradição, Família, Propriedade, acompanhado de dois oficiais de Justiça e de desproporcionado aparato policial, apossou-se do imóvel da Rua Maranhão 341, em São Paulo, no qual funcionara a sede principal da TFP. Essa tomada de posse foi baseada num mandado judicial sem apresentar qualquer fundamentação, de inusitada severidade e amplitude nos seus termos, e revestiu-se de particular agressividade.
Arremedo de assembléia dissidente, validado por um Juiz
Tinham esses dissidentes realizado um arremedo de assembléia de sócios, absolutamente irregular, na qual declararam destituídos os quadros diretivos da entidade e elegeram entre si novos diretores. A ata de tal "assembléia" teve seu registro negado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Inopinadamente, porém, o juiz auxiliar da 3a. Vara Cível concedeu-lhes liminar em que reconhece, sem apresentar qualquer fundamentação, a validade de tal assembléia e determina a transferência da direção da TFP para esse grupo.
Dissidentes abandonaram ideais da TFP
Como se chegou a essa inusitada situação? Após o falecimento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em outubro de 1995, a TFP passou a ser alvo de investida por parte desse grupo de sócios e cooperadores. Reunidos na associação "Arautos do Evangelho", tais dissidentes passaram a ocultar publicamente qualquer vinculação anterior com a TFP. É de realçar que a associação "Arautos do Evangelho", tendo obtido provisóriamente o reconhecimento pontifício como associação privada internacional de fiéis, passou a colaborar estreita e ativamente com figuras da chamada "esquerda católica", ligada à Teologia da Libertação, inclusive membros da Hierarquia eclesiástica.
Concomitantemente ao abandono dos ideais da TFP, um grupo desses dissidentes, tinha movido processo judicial que visava alterar os estatutos da TFP, numa tentativa de instrumentalizar a Justiça para obter o controle da entidade. Vários dos elementos que agora assumem a administração da TFP chegaram mesmo a declarar em juízo que a TFP seria "verdadeiro símbolo do que há de mais retrógrado, reacionário em nosso país", e até que o ideário ideológico deles era oposto ao da TFP e estava "justamente adequado aos sem-terra, aos sem-teto, aos excluídos da sociedade". Talvez se encontre nessa posição ideológica a chave que elucida todo este imenso enigma.
A quem aproveita a mordaça na TFP?
De qualquer maneira, fica evidente uma enigmática contradição desses dissidentes: de um lado, um público afastamento da TFP e dos ideais que sempre a nortearam; de outro, um encarniçado desejo de assumir o controle da entidade.
Para que isso? A quem aproveita a mordaça na TFP? O que acontecerá a partir de agora com essa entidade Não é difícil prever que, enquanto estiver controlada por pessoas que confessadamente se afastaram de seus ideais, a TFP se verá desfigurada em suas doutrinas, metas, métodos e estilos. O que acarretará repercussões doloridas na ampla corrente de opinião que simpatiza com a TFP, e implicará em um desequilíbrio de forças no panorama ideológico do País.
Coincidência
Cabe notar que a situação a que agora a TFP se vê compelida dá-se, coincidentemente, no momento em que o país atravessa uma crise profunda, e em que as forças ligadas à "esquerda católica", como o MST, anunciam seu desejo de "incendiar" o Brasil, com ações violentas, para finalmente imporem a comunistização do Brasil.