 993300>Antes de mais e à guisa de intuitivo esclarecimento... Há quase sessenta anos que sou um adepto de futebol que milito entre aqueles que partem do princípio que, para fruir e usufruir de bons adversários, é preciso acima de tudo estimá-los: a vitória e a derrota têm de enformar-se no equilíbrio que enleva ambos os desideratos. Abomino pois os fanáticos que se comprazem na demolição total de outrém para que se sintam os donos da galáxia...
Ontem... Assistindo à pugna que determinou que a Taça de Portugal fosse surpreendentemente parar às mãos dos atletas benfiquistas, deixei-me embalar de tal forma nas emoções do jogo que me pareceu ter recolocado por diversas vezes o coração em seu sítio, ora por tê-lo sentido a rastejar, ora a levitar...
O Benfica, ao cabo de 120 minutos de jogo - 90 mais 30 de prolongamento - acabou por vencer por 2-1, se bem que os dois golos fossem obtidos em circunstâncias caprichosamente inesperadas. Ficou-me a impressão que, para os fortmidáveis lances produzidos por Deco e Derlei, o deus do futebol decidiu antecipadamente opor a trave da baliza...
Bem... O árbitro do jogo, senhor Lucílio Baptista, também deu uma mãozinha para que o Benfica matasse o impressionante jejum em que tinha caído nos últimos oito anos. A propósito, em lugar de "árbitros de futebol"... Tal como os tempos correm... Ficaria melhor a designação de "gestores de espectáculo", o que até seria muito mais entendível e não provocaria tanta polémica à volta dos senhores do "apito dourado"...
Em suma, o primeiro item do meu arriscado "Prenúncio azul e branco" foi-se às malvas... Resta-me agora a eventual consolação que equaciono para o próximo dia 26: a Taça dos Campeões Europeus. E claro... Regressei de Lisboa como um velho anjinho azul e branco arrastando triste suas asas...
Torre da Guia = Portus Calle |