O Engenheiro Leonel de Moura Brizola publica, seguidamente, na imprensa, colunas com críticas severas e contundentes ao governo e a pessoa de Lula.
No jornal Zero Hora de Porto Alegre do dia 13.05.2004 sob o título Autoritarismo e arrogância o Presidente Nacional do PDT escreveu: A atitude prepotente, autoritária e insólita de Lula ao expulsar do Brasil o correspondente do “The New York Times”, jornalista Larry Rohter, nada tem a ver com a defesa da soberania ou da dignidade do cargo presidencial.
Em outro parágrafo após citar ex-presidentes que tiveram seus hábitos “etilicamentes” públicos, complementou que o governo Lula está trocando as pernas (sic). Irônico esse caudilho!
Mais adiante tasca um arreganho autoritário sobre o Lula.
Diante desses escritos podemos crer que o senhor Brizola é um democrata, sensível e comedido.
Ao lermos sua coluna fatalmente concluiremos que Brizola não é ditador e autoritário. A democracia impera no PDT.
Bueno! É um clichê, mas nada como um dia depois do outro.
Nessa semana a imprensa gaúcha veiculou a notícia que havia uma denúncia de assédio sexual nas hostes pedetistas.
O deputado federal Pompeo de Mattos foi acusado de ter cometido assédio sexual em Juliana Daudt Brizola, neta do último caudilho dos pampas.
O intrigante nisso tudo foi que Pompeo de Mattos não foi julgado. A comissão de ética do PDT ainda não se manifestou, sequer foi convocada, mas Pompeo de Mattos foi “convidado” por Leonel Brizola a renunciar à presidência estadual da sigla. Essa atitude não é autoritarismo? Arrogância?
Suponhamos que a pessoa assediada não fosse a neta e sim uma simples e desconhecida militante do PDT. Será que Brizola pediria o cargo de Pompeo?
Assédio ou armação?
Essa pergunta está nos jornais e as respostas são confusas. Disformes. Amorfas.
Vale lembrar que Pompeo foi eleito presidente do PDT em setembro de 2003 e não teve o apoio de Brizola. Era o anticandidato.
Autoritarismo? Arrogância?
Jamais defenderei alguém que cometa assédio sexual ou moral contra quem quer que seja. Entretanto, é obvio que o acusado tenha o direito a defesa. O que não ocorreu com o deputado do PDT. O chefe mor simplesmente “solicitou” a sua renúncia. Ai de que contrariar!
Enfim, acho que devemos rever os conceitos de autoritarismo e arrogância. Pela ótica do PDT e de Brizola a coisa anda meio às avessas.