Você já ouviu falar de tomateiros que contaminam ervas-daninhas? Ou de laranjais que contaminam pragas quaisquer? Ou ainda de variedades de alface que contaminam pulgões? Não seria ao contrário? Não é sempre a praga ou a erva-daninha que contamina a cultura principal? Pois é! A revista Nature de 06 de fevereiro de 2004 traz a notícia de que uma grande quantidade de alimentos orgânicos no Reino Unido têm sido contaminada por ingredientes provenientes de alimentos transgênicos. A soja transgênica, por exemplo, foi encontrada em 10 de 25 produtos tidos como naturais ou orgânicos. Constatou-se que a farinha de soja transgênica acaba entrando no processamento de muitos alimentos rotulados como naturais ou orgânicos, inclusive sendo oferecida para a alimentação de animais cuja carne é depois comercializada como orgânica. Para quem gosta dos transgênicos, tudo bem. Para quem os defende com unhas e dentes atrás do suposto escudo da novíssima tecnologia, jogando, convenientemente, os “do contra” no caldeirão da intransigência, idem. Mas para aqueles que acham que é ainda o pulgão, e não o pé-de-alface, que deve ser tirado do sistema, como fica a situação? O direito de escolha do cidadão que não quer consumir alimentos transgênicos fica simplesmente desqualificado pela ganância do capital?