Em 23.03.2004, levantei-me às 4:30 h da matina, tomei um banho, e, depois de comer duas bananas, tomei um copo de leite: havia recomendação de desjejum frugal.
Às 5 h, o Eduardo Seródio (sobrinho do meu amigo poeta e médico Dr. Ayrthon Seródio) businou defronte do Edf. Dulce Patrone, em Icaraí - Niterói - Rj (Av. 7 de Setembro, 146 - Ap. 1002), e, como já estava esperando-os(a ele e esposa, D. Regina), os cumprimentei e me acomodei no banco do carona.
Lembro-me que caía uma chuva fina - pouco mais que uam garoa -, e, quando passamos na ponte sentido Niteró/Rio, vimos alguns arco-íris no céu, sobre a Baía da Guanabara. Ia preocupado, mas, mesmo assim, não deixei de contemplar aquelas belezas da Natureza, que até me distrairam um pouco!
Chegamos ao Copa D´Or Hospital - Av. Figueiredo Magalhães, 875 - Copacabana, exatamente às 7 h. Fui ao balcão com a companhia bondosa de D. Regina, para fazer a ficha. A seguir, subimos para o quarto determinado, e, mais ou menos, às 10:30 h, fui levado para a mesa de operação. Terminada esta, o cirurgião Dr. Paulo César Fontes disse:"Depois, irei vê-lo".
E, de volta ao quarto, falei para D. Regina:"Estou morrendo de fome!" Então, ela respondeu já ter falado com a enfermeira e telefonou para a Marlí Mota, reiterando o pedido.
A seguir, sem notar que Dr. Fontes tinha entrado no quarto, disse à senhora Regina:"O Dr. Fontes ficou de passar aqui", ao que ouví:"Eu sou o Dr. Fontes e vou ver seu olho, para saber se poderei liberá-lo para viajar amanhã". Falei:"Desculpe, doutor, eu não tinha percebido!" Daí, o médico examinou meu olho e disse que, no dia seguinte passasse no Consultório dele e que havia 99% de possibilidade para a liberação.
Depois, falou para D. Regina que, após algumas horas, verificasse se o paciente já podia piscar com o olho operado, e, assim que acontecesse, tirasse o "tapa-olho". Despediu-se e saiu.
Chegou o almoço e comí como um "pau-de-arara" fugido da seca... Há muito tempo não achava uma refeição tão gostosa!
Entre 15 e 16 h, já com a vista livre, pegamos um táxi para Niterói. Ao passar pela ponte, conversava com o motorista (alegre pelo sucesso da operação) e disse-lhe, ao ver passar um Celta:"Tenho um igual a esse!" "Ah! O Sr. dirige?
Se quiser pegar a direção um pouco, paro no acostamento e trocamos de lugar".
Respondí:"De jeito nenhum! Eu poderei bater com o carro!"
Ora, para quem levantou-se às 4:30 h, sentiu preocupação e estresse de uma operação, ir dirigir carro, seria uma temeridade! E nos poria em risco e a pessoas de outros veículos!
O cara, certamente, não sabia desses detalhes!
No dia seguinte estive no Consultório do Dr. Fontes e ele me liberou.
Quanto à volta via aérea para o Recife, é outra estória, que ainda contarei ...
Graças a Deus, ao excelente cirurgião Dr. Paulo César Fontes, ao apoio do meu amigo poeta Ayrthon Seródio e esposa Ângela;ao Eduardo Seródio e esposa Regina, tudo correu bem e voltei a ler e escrever, normalmente.
Por fim, não poderia esquecer o meu amigo poeta maranhense Eugênio de Freitas, que foi quem me indicou o nome do cirurgião que salvou meu olho direito!