
c00000>"Se não conseguirmos o apuramento para os quartos-de-final dever-se-à apenas concluir que fomos incompetentes" - Foi assim que Filipe Scolari mais ou menos se exprimiu quando instado a dar parecer sobre a periclitante situação da selecção portuguesa de futebol, logo no início do Euro 2004, quando o seu conjunto perdeu com a Grécia por 2-1.
Ora pois, o primeiro objectivo de Portugal no Euro 2004 foi alcançado: atingiu o desiderato a que o seu contestado seleccionador-treinador se propôs e, espectacularmente, cumpriu.
Este esplendoroso domingo, no Estádio Alvalade XXI, a selecção nacional venceu a Espanha por um tangencial mas suficiente 1-0, graças a um golo apontado por Nuno Gomes, que substituiu Pauleta, depois do intervalo, aos 57 minutos.
Os portugueses entraram bem no jogo e, durante os minutos iniciais, empurraram a Espanha para o seu último reduto, ainda que não tenham criado iminentes oportunidades de golo.
Exercendo um ligeiro ascendente sobre o seu adversário, a selecção lusa chegou pela primeira vez com perigo à baliza contrária cerca do minuto 20, com Miguel, de pé direito, a obrigar Casillas a uma defesa atenta para canto.
A partir dessa altura, a Espanha sacudiu a pressão da formação verde-rubra e, até ao descanso, conseguiu até equilibrar as operações, não concedendo grandes veleidades a Portugal.
A dois minutos do intervalo, o jovem Torres, de cabeça e na sequência de um pontapé de canto marcado da esquerda, rematou ligeiramente por cima da trave da baliza defendida por Ricardo.
Ao cabo dos primeiros 45 minutos, o empate a zero era um resultado que se aceitava com integral justiça entre os dois contendores. O jogo não estava a ser bom, porque as duas equipas estavam a demonstrar receio mútuo.
Após o reatamento, Pauleta, que ainda não encontrou forma de acertar com a sua habitual produção, foi substituído por Nuno Gomes.
Ao contrário do que havia sucedido no primeiro tempo, foram os espanhóis a reentrar muito melhor no jogo. No entanto, foi Portugal quem acabou por conseguir marcar, e por aí garantir a passagem aos quartos-de-final da prova.
O golo promotor chegou enfim aos 57 minutos, quando Figo assistiu Nuno Gomes. O avançado do Benfica, após um movimento genial de ponta-de-lança, rematou de fora da área. O internacional português chutou para a direita de Casillas, que foi impotente para evitar o tento de Portugal.
Em desvantagem, a Espanha reagiu como lhe competia e assustou bastante a defesa de Portugal durante largos minutos. Destaque-se um perigoso remate de Torres, aos 61 minutos, levando a bola a embater no poste direito da baliza de Ricardo. Outrossim, um cabeceamento de Helguera à trave colocou em pânico as hostes lusitanas, decorria o minuto 75, e isto, após Ricardo Carvalho uns segundos antes ter negado o golo a Luque.
Nos derradeiros dez minutos, Portugal melhorou ligeiramente e, em duas ocasiões, podia ter apontado o golo da tranquilidade. Primeiro por Costinha, aos 87 minutos, que, de cabeça, falhou de forma incrível o 2-0. | | c00000>ESPANHA 0 - PORTUGAL 1

c00000 size=2>A SELECÇÃO LUSA VENCEU GRUPO Ac00000>Depois foi a vez de Maniche, já em período de descontos, não concretizar uma excelente oportunidade. O jogador do FC Porto fez tudo bem e só não marcou porque Raul Bravo, quase em cima da linha de baliza, enviou a bola para canto.
Após o 1-0, Luiz Felipe Scolari fez duas alterações defensivas. Petit e Fernando Couto entraram para os lugares de Figo e Cristiano Ronaldo, respectivamente, aos 78 e 84 minutos. Em virtude do cartão amarelo visto este domingo, Pauleta falhará na próxima quinta-feira, dia 24 de Junho, o jogo dos quartos-de-final, frente ao segundo classificado do Grupo B, uma partida que irá ter como palco o Estádio da Luz.
Graças ao triunfo averbado neste domingo, Portugal venceu o Grupo A, com seis pontos, seguido pela Grécia, com quatro, que, desta forma, também carimbou o passaporte para a fase seguinte da competição.
Na terceira posição deste grupo ficou a Espanha, com os mesmos pontos da Grécia, mas com desvantagem na relação de golos marcados e sofridos. A Rússia, que este domingo derrotou a Grécia, no Estádio do Algarve, por 2-1, quedou-se pelo último posto do agrupamento, com três pontos somados.
Vinte e três anos depois, Portugal voltou a vencer a Espanha e deste modo conseguiu somar o seu sétimo triunfo de sempre em face do país vizinho.
Sob a arbitragem de Anders Frisk, da Suécia, as equipas alinharam da seguinte forma:
Espanha: - Iker Casillas; Carles Puyol, Ivan Helguera, Juanito (Morientes, 80 ) e Raul Bravo; Albelda (Baraja, 66 ), Xabi Alonso, Joaquín (Luque, 72 ) e Vicente; Raul e Fernando Torres.
Suplentes: - Cañizares, Aranzubia, Capdevilla, César, Baraja, Gabri, Xavi, Etxeberria, Valerón, Luque e Morientes.
Portugal: - Ricardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente; Costinha, Maniche, Figo (Petit, 78 ), Deco e Cristiano Ronaldo (Fernando Couto, 85 ); Pauleta (Nuno Gomes, 46 ).
Suplentes: - Quim, Moreira, Paulo Ferreira, Fernando Couto, Beto, Rui Jorge, Petit, Tiago, Rui Costa, Simão, Nuno Gomes e Hélder Postiga.
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Pauleta (7 ), Albelda (8 ), Nuno Gomes (65 ), Juanito (68 ) e Puyol (74 ).
E assim, entre a agradável euforia dos adeptos portugueses, Portugal estará entre as oito equipas europeias que seguidamente irão defrontar-se por eliminatória imediata. Viva Portugal!
Torre da Guia = Portus Calle
Nota = Esta resenha foi recolhida através da televisão. |