Portugal começou bem-mal a defrontar a Inglaterra. Logo aos 3 minutos de jogo, Costinha, na tentativa de suavizar a bola com a cabeça para que esta sobrasse para Ricardo, permitiu a rápida intromissão de Owen, que não teve dificuldade em fazer o primeiro golo para os ingleses.
A partir daí, com a equipa portuguesa empenhadíssima para alcançar o empate, os jogadores ingleses foram inteligentemente gerindo a defesa do jogo e assim conseguiram chegar ao intervalo.
No regresso, a partida recaiu no mesmíssimo pendor, o que levou Scolari a intervir, primeiro, substituindo Costinha por Simão, e alguns minutos mais adiante, Rui Costa entrou na vez de Miguel.
O cariz do jogo, com o aproximar do último quarto de hora, mantinha-se. Scolari persistiu na mudança e jogou tudo, fazendo entrar Helder Postiga para subtituir Figo. E estranhamente acertou em cheio: daí a momentos Simão centrou sesgado sobre a área inglesa e Postiga de rompante cabeceou a bola para a baliza adversária.
Sob o persistente ataque de Portugal, o tempo regulamentar terminou, tendo-se seguido 30 minutos de prolongamento. A emoção começou a subir assim que Rui Costa colocou fabulosamente o 2-1 no placard. No entanto, em cima dos dois minutos finais do jogo-jogado, um ressalto na área portuguesa, provocado por um pontapé de canto, deu aso a que Lampard obtivesse o 2-2.
De coração nas mãos, de parte a parte, marcaram-se cinco grandes penalidades e obteve-se um 4-4. A partir daqui, a equipa que falhasse e a outra confirmasse, ficava pelo caminho no Euro 2004.
Depois... Ricardo defende espectacularmente uma penalidade e surpreende num ápice com o inesperado: o mesmo Ricardo avança para a marca de penalidades, coloca a bola a seu jeito e marca o golo que confirmou a continuidade de Portugal na prova.
Neste momento ouve-se um estrondoso businão de regosijo em toda a cidade do Porto e presumo que o país de lés-a-lés está no mesmo diapasão. Mais uma noitada de São João traz o povo português para a folia... Até ser dia!